O anúncio da saída de Valmir de Francisquinho do Partido Liberal (PL) não surpreendeu ninguém nos bastidores. A decisão, que a Realce já vinha antecipando desde 2023, é o desfecho natural de uma trajetória marcada por conflitos internos, perda de espaço e decisões políticas precipitadas. Desde a eleição de 2022, quando viu sua rejeição e desgaste com aliados crescer significativamente, Valmir começou a enfrentar resistência dentro do próprio grupo, que o via cada vez mais como uma liderança imprevisível e vaidosa. O resultado foi seu progressivo isolamento das principais discussões do partido, culminando em sua saída definitiva.
Com a chegada de Rodrigo Valadares ao comando do PL, o cerco se fechou de vez. A nova direção, alinhada às alas bolsonaristas ultraconservadoras, pressionou Valmir a se posicionar e a demonstrar fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Sem espaço para o discurso ambíguo que o caracterizou nos últimos anos, o prefeito de Itabaiana preferiu deixar o partido e, junto com ele, o posto de destaque que ainda restava dentro da sigla, já que para muitos sua popularidade em 2022 estava intrinsecamente ligada à força da agremiação. Ao migrar para o Podemos, legenda de menor estrutura e visibilidade, o pato dá um passo que representa na prática uma redução drástica de influência política e de acesso a recursos como fundo partidário e tempo de TV.
E essa mudança já causa impacto nos bastidores. No Podemos, o ingresso de Valmir não foi visto positivamente. Entre os descontentes estão Allan de Agripino, adversário direto do grupo de Valmir em Areia Branca, que confirmou sua desfiliação, e Belivaldo Chagas, que havia se filiado em 2024 para ser vice de Yandra Moura (UB) e agora deve seguir o mesmo caminho.
Novembro
A Realce já havia antecipado, nas últimas semanas, as articulações nacionais que buscavam fortalecer o palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Sergipe para 2026, e agora as movimentações confirmam o furo. O senador Rogério Carvalho revelou que o próprio Lula entrou em contato com o governador Fábio Mitidieri (PSD) e manifestou o desejo de conversar pessoalmente com ele, em um encontro que deve ocorrer ainda em novembro.
Apoio a Márcio
E por falar em Rogério, o senador revelou nesta semana que o presidente Lula pediu pessoalmente seu apoio à pré-candidatura do ex-ministro Márcio Macedo à Câmara Federal em 2026. MM deixou recentemente a Secretaria-Geral da Presidência, agora comandada por Guilherme Boulos, para focar em seu projeto eleitoral.
Pegou mal
Pouco mais de um mês depois do seu polêmico voto em apoio à chamada “PEC da Blindagem”, que buscava restringir investigações contra parlamentares, o deputado federal Thiago de Joaldo jogou mais uma bola fora. Desta vez, ao tentar se esquivar de uma denúncia sobre gastos suspeitos de seu mandato, o parlamentar acabou atacando a imprensa e acusando um jornalista de integrar uma suposta “milícia digital”. Colegas de profissão e a própria Secom do Governo do Estado repudiaram as declarações, classificando-as como uma tentativa de intimidar o trabalho da imprensa e de politizar uma denúncia baseada em dados oficiais da Câmara.
Novela sem fim
A relação entre a prefeita Emília Corrêa (PL) e o vice-prefeito Ricardo Marques (Cidadania) segue estremecida e já virou uma verdadeira novela nos bastidores da política aracajuana. E o clima esquentou ainda mais após a publicação de um vídeo da esposa do vice, Cecília Marques, que citou a fábula do sapo e do escorpião em tom de reflexão sobre “traição”, interpretado como uma indireta à prefeita. A resposta de Emília foi seca: chamou o vídeo de “irrelevante”.
Segue na disputa
O ex-deputado Augusto Bezerra desmentiu as especulações de que o pai do cantor Natanzinho Lima, Fiote, teria desistido de disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026. Nos bastidores, as informações são de que o filho do empresário deverá interceder para que o pai não entre na política.
Citado na CPMI
A CPMI que investiga fraudes no INSS mencionou nesta semana o nome de André Moura. Durante depoimento, o ex-diretor de governança do órgão, Alexandre Guimarães, afirmou ter sido indicado pelo sergipano em sua primeira passagem pelo INSS. Na sequência, o deputado Rogério Correia (PT-MG) reforçou a citação e chegou a afirmar que AM era conhecido à época como “o dono do INSS”.
Citado na CPMI II
Em nota, o ex-deputado negou qualquer vínculo com os fatos investigados, afirmou que não figura como citado nem como investigado, e que a indicação de 2017 seguiu apenas procedimento padrão de encaminhamento de currículo.


