Acácia Lelis
Dando continuidade à sua série especial de entrevistas com os candidatos ao Quinto Constitucional, a Realce ouve hoje a advogada Acácia Lelis, que coloca seu nome à disposição da classe na disputa.
Com mais de três décadas dedicadas ao Direito, ela defende a importância do Quinto como instrumento de democratização do Tribunal de Justiça de Sergipe. Na entrevista, também falou sobre suas propostas para medidas voltadas à modernização e transparência do Judiciário. Falou sobre a necessidade de ampliar o diálogo entre magistrados e advogados, fortalecer a mediação e conciliação, e implementar políticas com perspectiva de gênero e diversidade.
Leia entrevista completa:
Realce: A senhora tem uma trajetória reconhecida na advocacia sergipana. O que mais a motivou a colocar seu nome à disposição da classe para disputar uma vaga no Quinto Constitucional?
Acácia: Colocar meu nome à disposição da advocacia sergipana nasce de uma trajetória de 37 anos dedicados ao Direito, sempre pautada pela defesa da dignidade humana, pela ética e pela busca de uma Justiça mais inclusiva. Minha vivência na docência, no exercício diário da advocacia e em instituições como a OAB/SE e o IBDFAM/SE me permitiu compreender, com profundidade, os desafios enfrentados por quem depende do sistema de Justiça. O Quinto Constitucional é um mecanismo de democratização do Judiciário, e senti que era o momento de oferecer minha experiência e meu compromisso público para contribuir com um Tribunal mais plural, técnico e conectado à sociedade.
Realce: Caso seja escolhida para representar a advocacia no Tribunal de Justiça, de que forma pretende fortalecer o diálogo e a aproximação entre o Judiciário e os advogados?
Acácia: Se tiver a honra de representar a advocacia no TJSE, pretendo fortalecer o diálogo institucional baseado em escuta ativa, transparência e cooperação. Acredito na importância de ampliar o acesso da advocacia aos gabinetes, valorizar as sustentações orais, modernizar sistemas, promover julgamentos mais céleres e incentivar espaços permanentes de mediação e conciliação. O Judiciário precisa compreender a realidade vivida pelos profissionais que atuam na ponta, e meu compromisso é contribuir para um Tribunal mais acessível, respeitoso e aberto ao diálogo com a classe.
Realce: Na sua visão, qual deve ser o papel de um advogado ao assumir a função de desembargador pelo Quinto?
Acácia: O advogado que chega ao Tribunal pelo Quinto leva consigo um olhar essencial: o da experiência da vida forense. Seu papel é oxigenar o debate jurídico com sensibilidade prática, compreensão das desigualdades sociais e compromisso com a humanização das decisões. Isso exige independência, serenidade e fidelidade absoluta à Constituição, sem vínculos que comprometam a imparcialidade. A atuação deve unir técnica e humanidade, garantindo que o Tribunal continue sendo um espaço de justiça real e acessível.
Realce: Sergipe tem visto crescer a presença feminina nos espaços de poder. Que significado teria, para a senhora e para as mulheres da advocacia, ocupar uma cadeira no TJSE por meio do Quinto Constitucional?
Acácia: Ocupar uma cadeira no TJSE pelo Quinto teria um significado profundo. Representaria não apenas a realização de uma trajetória pessoal, mas também uma conquista coletiva das mulheres da advocacia, que historicamente enfrentaram desafios adicionais para ocupar espaços de liderança. Seria a reafirmação de que competência, preparo e compromisso social são os verdadeiros critérios que devem nortear esses espaços. Levar essa representatividade ao Tribunal significa contribuir para um Judiciário mais diverso, mais sensível e mais alinhado com a sociedade que ele serve.
Realce: Em sua atuação profissional, quais princípios a senhora considera inegociáveis e que pretende levar consigo para o exercício de uma eventual função jurisdicional? Quais suas principais propostas?
Acácia: Sempre pautei minha atuação em princípios inegociáveis: ética, independência intelectual, técnica, empatia e respeito à dignidade humana. São esses valores que me guiarão, caso chegue ao Tribunal. Entre minhas propostas, destaco a ampliação da transparência das decisões, o aperfeiçoamento dos sistemas digitais, a valorização da sustentação oral, o fortalecimento da mediação e da conciliação, a adoção efetiva de protocolos de perspectiva de gênero, racial e da infância e a modernização das práticas judiciais para oferecer mais celeridade e eficiência. Meu compromisso é com um Judiciário mais humano, moderno e inclusivo.
Realce: Por fim, qual é a mensagem que a senhora deixa aos colegas advogados e advogadas que estão acompanhando esse processo e que confiam no seu nome como representante da classe?
Acácia: Aos colegas advogados e advogadas, deixo minha profunda gratidão e responsabilidade. Sei da importância dessa escolha e da expectativa que recai sobre quem se dispõe a representar a classe. Minha candidatura não nasce de um desejo individual, mas de uma trajetória construída com coerência, trabalho e compromisso público. Coloco meu nome com serenidade e disposição para servir com independência, coragem e lealdade à Constituição, à advocacia e à sociedade sergipana. Se escolhida, honrarei essa confiança com dedicação integral, buscando sempre uma Justiça mais humana, técnica e democrática.
