Desde o final de 2023, a Realce vem antecipando que a disputa pela Câmara Federal nas eleições de 2026 será uma das mais acirradas da história recente da política sergipana. Isso se deve a diversos fatores, principalmente aos grandes nomes de peso que já se movimentam na corrida. E, enquanto alguns pré-candidatos disparam com articulações bem estruturadas, outros começam a tropeçar logo na largada, enfrentando resistência, perda de apoio e projeções nada animadoras para o páreo.
Um deles é Anderson de Zé das Canas (PSB). Apesar dos esforços de Luciano Bispo (PSD) para manter a unidade do grupo em Itabaiana, ele vem acumulando desgastes dentro da própria base, sendo visto internamente como um político de perfil vaidoso e oportunista. O ex-prefeito de Frei Paulo deve contar com o apoio de apenas um vereador, visto que os demais já migraram para nomes como Yandra Moura (UB), Katarina Feitoza (PSD) e Cláudio Mitidieri (PSB). E esse cenário o coloca numa posição frágil justamente na cidade serrana, onde foi vereador por quatro mandatos e esperava ter mais respaldo, numa tentativa de medir forças com Valmir de Francisquinho.
Há ainda o bloco dos que correm risco de não assegurar um novo mandato, como Gustinho Ribeiro (Republicanos), Thiago de Joaldo e João Daniel (PT). No caso do lagartense, as movimentações nos bastidores têm sido intensas e revelam um parlamentar que joga pela sobrevivência. Depois da derrota de seu grupo em Lagarto nas eleições de 2024, onde não conseguiu eleger uma sucessora para Hilda, o deputado busca não naufragar em 2026 e vinha enfrentando dificuldades para formar chapa. Chegou a tentar aproximações com André Moura, mas encontrou forte oposição de Ibrain de Valmir; e também com Edivan Amorim, que agora mira o Podemos, deixando o Republicanos em segundo plano.
Thiago, por sua vez, que chegou a ser ventilado como possível candidato ao Governo do Estado pela oposição, se viu no centro de polêmicas. E segue enfrentando desgaste após votar a favor da PEC da Blindagem e, logo depois, adotar posicionamento contraditório, algo que seus adversários certamente explorarão em 2026.
Na esquerda, a situação também não é confortável. A pré-candidatura do ex-ministro Márcio Macedo a deputado federal tende a dividir os votos dentro do PT, o que pode comprometer o desempenho da legenda e de João Daniel. Sem MM, o partido corre o risco de não atingir o quociente eleitoral necessário para eleger sequer um federal; com ele, ambos disputarão uma única vaga, em um embate interno que promete ser um dos mais intensos da disputa proporcional em Sergipe.


