Desde 2022, quando Valmir de Francisquinho (Republicanos) não abriu espaço para que ela pudesse ser a cabeça de chapa enquanto ele estava inelegível, Emília Corrêa (Republicanos) tem guardado rancor do prefeito de Itabaiana, e os sinais disso são cada vez mais claros. Em 2024, por exemplo, quando eleita prefeita de Aracaju, ela não liberou qualquer espaço na capital para o bloco do pato, causando desconforto explícito e levando o próprio itabaianense a tornar pública sua insatisfação. E agora, em 2025, ano pré-eleitoral, a gestora também tem dado demonstrações concretas de que não pretende devolver o protagonismo que o ex-prefeito imagina ainda ter dentro do agrupamento que um dia comandou.
A mais recente delas envolve justamente o nome que Valmir tentou, sem sucesso, viabilizar para o Senado. Desde que as disputas internas entre Rodrigo Valadares e os irmãos Amorim acirraram o clima no grupo, o prefeito de Itabaiana passou a estimular a expectativa de que Adailton Sousa poderia surgir como uma alternativa para ocupar uma das vagas ao Senado pelo bloco de Emília. No entanto, essa porta foi fechada publicamente pela própria prefeita. Em declaração ao Fato Sergipe, ela reafirmou que sua chapa majoritária permanece inalterada, deixando evidente que a palavra final é dela e não de Valmir.
O gesto expôs, de forma incontestável, a redução drástica da capacidade de articulação do prefeito no próprio bloco, escancarando que, mesmo tentando costurar apoios nos bastidores, Valmir amarga derrota atrás de derrota internamente. Sem conseguir emplacar Adailton e sem influenciar na formação da chapa majoritária, ele assistiu mais uma vez ao grupo seguir seu rumo sem qualquer consulta à sua opinião. E para muitos analistas, o episódio apenas confirmou o que já vinha sendo observado e trazido pela Realce: Valmir deixou de ser líder para ser um mero liderado.
A consolidação da queda de Valmir ficou ainda mais evidente quando a Realce trouxe, com exclusividade, a informação de que Emília assumiria o comando do Republicanos em Sergipe, algo que se concretizou no último fim de semana. A confirmação da prefeita na presidência do partido selou o enfraquecimento definitivo do itabaianense, que, apesar de ter sido o primeiro a abrir diálogo com a sigla, terminou rebaixado à condição de primeiro vice-presidente, sem qualquer poder real de condução.
Além disso, Emília não esconde mais quem manda. Em entrevista recente, ela afirmou que é a líder do grupo e que qualquer articulação que não passe por ela “não faz sentido”. Seria tudo isso então uma vingança pelos fatos de 2022 ou apenas uma demonstração de liderança?


