As eleições do próximo ano seguem ganhando forma. Na chapa governista, já foi definido quem será o vice do governador na busca pela reeleição e também os dois nomes para o Senado, em um anúncio que impactou, e muito, os bastidores da política sergipana. O movimento acabou provocando reações e reposicionamentos na oposição que, apesar de ainda não ter apresentado oficialmente um candidato ao governo, confirmou que seguirá com Eduardo Amorim (Republicanos) e Rodrigo Valadares (UB) como pré-candidatos à Casa Alta, conforme definição de quem hoje se apresenta como líder do grupo, a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (Republicanos).
À primeira vista, ambas as chapas guardam semelhanças, mas também diferenças profundas. A principal similaridade está no fato de que os pares são quase todos de direita e funcionam como uma espécie de “água e óleo”. No caso governista, André Moura (UB) e Alessandro Vieira (MDB), este que foi eleito com votos bolsonaristas em 2018, mas oscila entre os vieses em suas decisões, carregam ainda resquícios de episódios em que trocaram farpas intensas nos bastidores e em que descartavam publicamente qualquer possibilidade de caminharem juntos em um mesmo palanque.
O que muda esse cenário é a liderança do governador Fábio Mitidieri (PSD). Ao priorizar a unidade do grupo, o chefe do Executivo estadual conseguiu unir André e Alessandro quase como uma camisa de força política, em nome da coesão da base governista. É justamente aí que surge o principal contraste em relação à oposição.
No outro campo, não há hoje uma liderança capaz de pacificar o grupo. Rodrigo, principal nome bolsnarista na corrida, desde o movimento que resultou na tomada do comando do PL dos irmãos Amorim, passou a ser visto como traidor por antigos aliados. Já Eduardo Amorim, assim como Edivan, tem descartado de forma categórica qualquer possibilidade de dividir novamente o mesmo palanque, em meio a sucessivos episódios de fogo amigo.
Mesmo assim, Emília tentou seguir os passos de Fábio e replicou o discurso da unidade adotado por Mitidieri, chegando a questionar publicamente por que não manter Eduardo e Rodrigo juntos na chapa, apesar das diferenças, afirmando que não haveria espaço para mudanças e que a composição permaneceria a mesma. A fala, no entanto, acabou abrindo um novo imbróglio dentro da oposição, ao sinalizar que não existiriam outras opções, descartando completamente o nome de Adailton Sousa (Podemos) e ampliando o sentimento de exclusão do bloco de Valmir de Francisquinho (Republicanos), que a impulsionou para as eleições de 2024.
E esse é outro ponto que diferencia os dois campos: a condução das demais pré-candidaturas. Na base governista, mesmo aqueles que não foram escolhidos inicialmente seguem defendendo que o pessedista tenha mais de dois nomes ao seu lado na disputa pela reeleição. Além de AM e Vieira, circulam com força Edvaldo Nogueira (PDT) e Rogério Carvalho (PT), cujo nome vem sendo articulado pela direção nacional do PT, em diálogo direto com o presidente Lula e em conversas mantidas com o governador.


