Após os recentes atritos com a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (Republicanos), a que insinuou que não teria “gratidão, fidelidade e lealdade”, Adailton Sousa (Podemos) deu novas declarações nesta quinta-feira, 17, que confirmaram o que a Realce tem trazido sempre em primeira mão sobre os embates da oposição em Sergipe.
O ex-prefeito de Itabaiana e atual secretário de Administração detalhou o contexto político que antecedeu a divulgação da nota em que endureceu o tom contra Emília, e deixou claro que o desgaste não surgiu de forma isolada.
De acordo com ele, havia um debate interno na oposição sobre quem, de fato, comandaria os rumos do PL em Sergipe. O secretário revelou que o deputado Rodrigo Valadares vinha afirmando publicamente que Emília seria a líder da oposição no estado, o que levou o grupo a sugerir que essa liderança se refletisse também no comando partidário. “Colocamos que, se Rodrigo realmente seguisse a orientação da líder, que era Emília, que colocasse ela como presidente do PL, e a gente caminharia juntos”, relatou na rádio Fan Fm.
No entanto, segundo Adailton, Rodrigo não apenas se recusou a abrir mão da presidência estadual do partido, como também indicou que Emília poderia, no máximo, ocupar um papel de presidente de honra. Ainda assim, a prefeita manteve o apoio aos dois nomes ao Senado, o que, na avaliação do ex-prefeito, gerou estranheza e aprofundou o ruído político dentro do grupo oposicionista. “Ele não confiou a presidência do PL à prefeita, e mesmo assim ela continuou com a palavra dada”, concluiu.
Vale lembrar que a Realce revelou com exclusividade no início do ano que Eduardo Amorim e Rodrigo vinham protagonizando um verdadeiro duelo de gigantes nos bastidores para serem os pré-candidatos ao Senado pelo PL. À época, ambos chegaram a posar juntos em uma foto, numa tentativa de sustentar uma narrativa de unidade que não se sustentou. Pouco tempo depois, o furo da Realce se confirmou com o movimento de Rodrigo pelo comando do partido, interpretado nos bastidores como um golpe nos irmãos Amorim, fato que desencadeou uma crise profunda na oposição, e que se alastra até hoje.


