2025 foi um ano intenso, cheio de articulações, estratégias bem-sucedidas, enquanto outras não, num cenário de estabilidade para o governo e de disputas e jogos de vaidade para a oposição, mas que agora começa a ver o clima se amenizar diante das festividades de fim de ano e de Natal. Um movimento natural do calendário político, que desacelera, mas que logo em seguida, com a entrada de 2026, tende a ser revertido pela proximidade das eleições e pelo afunilamento das decisões.
No campo do Executivo estadual, o desenho segue bastante favorável ao governador Fábio Mitidieri (PSD). As pesquisas mais recentes, como as dos institutos Real Time Big Data, França e Gadu, mostram um cenário de conforto eleitoral, com vantagem ampla sobre quaisquer adversários testados até aqui. A oposição, por sua vez, segue sem apresentar um nome competitivo para a disputa pelo Palácio dos Despachos, permanecendo presa a disputas internas, vaidades pessoais e indefinições que fragilizam qualquer tentativa de enfrentamento mais consistente ao atual chefe do Executivo.
Já na corrida pelo Senado, o quadro é mais dinâmico. Rogério Carvalho (PT) aparece, de forma recorrente, como favorito nas principais pesquisas. A instabilidade, contudo, se concentra na disputa pelo segundo voto, que vem oscilando ao longo dos últimos meses.
Rodrigo Valadares (UB), por exemplo, chegou a despontar com força em um primeiro momento, surfando no discurso conservador e no apoio de Bolsonaro a sua pré-candidatura, mas acabou enfrentando desgaste. As polêmicas envolvendo o PL foram os principais fatores que contribuíram para uma queda nas intenções de voto, abrindo espaço para outros nomes, como Alessandro Vieira, André Moura e André David, este que é pré-candidato a deputado federal.
Para a Câmara, como a Realce já vem destacando, o cenário promete ser um dos mais acirrados da história recente da política sergipana. Deputados com mandatos consolidados entram na disputa com estruturas robustas e chances reais de reeleição, enquanto novos nomes surgem com força, ganhando musculatura política nos bastidores e surpreendendo até mesmo nas projeções internas de votação. É uma corrida marcada por pulverização de votos, alto nível de competitividade e potencial para grandes surpresas.
Assim, embora o fim de ano imponha uma pausa e reduza o ritmo das movimentações públicas, o cenário já está ganhando forma. O Governo entra em 2026 em posição confortável, o Senado segue com favoritismo, mas com disputa aberta no segundo voto, e a Câmara desponta como o palco mais imprevisível do próximo pleito, assim como as decisões do bloco oposicionista.


