O registro de novos casos de feminicídio em Sergipe nos últimos dias reacendeu o alerta sobre a violência de gênero no estado e provocou manifestações de lideranças políticas de diferentes campos, que cobraram rigor na punição dos agressores, fortalecimento da rede de proteção e políticas públicas mais efetivas de prevenção.
Um dos casos de maior repercussão ocorreu no município de Nossa Senhora do Socorro, onde Ivonete Balbina de Oliveira, de 45 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro no povoado Porto Grande. O suspeito teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após audiência de custódia realizada no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju, e foi encaminhado ao Complexo Penitenciário Antônio Jacinto Filho.
Já na capital, outro episódio registrado no bairro Aruana é investigado como feminicídio seguido de suicídio. De acordo com as informações preliminares, o crime ocorreu dentro da residência do casal e segue sob apuração da Polícia Civil, que busca esclarecer a dinâmica dos fatos e verificar se havia histórico de violência doméstica.
Diante da sequência de ocorrências, a deputada federal Delegada Katarina (PSD) afirmou que cada caso representa um alerta doloroso e reforçou a necessidade de avançar na proteção às mulheres e no endurecimento das punições. A parlamentar destacou que a violência não pode ser naturalizada e defendeu leis mais rigorosas, além de uma atuação firme do Estado no enfrentamento ao problema. “A vida das mulheres importa, e quem comete esse tipo de crime precisa responder com todo o rigor da lei!”, disse.
A também delegada Daniele Garcia se manifestou, classificando como inadmissível a convivência com números elevados de violência letal contra mulheres. Ela ressaltou a importância da vigilância aos sinais de risco, do fortalecimento da rede de proteção e da responsabilização dos autores, elogiando ainda a atuação rápida das forças de segurança nos casos recentes. “Parabenizo a atuação rápida das forças de segurança e espero que esse criminoso permaneça preso e responda por seus atos com todo o rigor da lei”, pontuou sobre o caso em Socorro.
Em nota pública, a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (Republicanos) lamentou a morte de Ivonete Balbina e afirmou que os episódios reforçam a urgência de políticas públicas efetivas voltadas à prevenção, à proteção das mulheres e à responsabilização rigorosa dos agressores, defendendo que a violência não pode ser aceita, silenciada ou normalizada.
O governador Fábio Mitidieri (PSD) classificou os crimes como inaceitáveis e destacou que a violência contra a mulher deve ser repudiada com firmeza. Em suas declarações, reforçou que o enfrentamento ao feminicídio não é apenas uma pauta feminina, mas um chamado à mudança de comportamentos, atitudes e cultura, além de parabenizar a atuação das forças de segurança e reafirmar o compromisso do Estado no combate à violência de gênero.
Vale lembrar que Sergipe registrou a segunda menor taxa de feminicídios no Brasil com uma redução de 37,5% nos crimes entre 2023 e 2024. Os dados integram o mapeamento feito nacionalmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) com informações sobre a violência em todo o país compilados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Mas, mesmo assim, o alerta continua para evitar que novos casos sejam registrados.


