O deputado federal e presidente do diretório estadual do PT, João Daniel, destacou ontem, 2, a importância da unidade dos partidos de esquerda em Aracaju para chegarem ao segundo turno na disputa pela prefeitura da capital nas eleições deste ano, consciente do desafio de enfrentar o poder da máquina e o fenômeno eleitoral representado por Emília Corrêa (PRD), que está posicionada diante do eleitorado com viés de direita.
Analistas políticos dão como certa a ida de Emília ao segundo turno, o que poderia resultar em uma disputa entre a esquerda e a direita. Por outro lado, há também a possibilidade de um candidato governista alcançar a disputa final. Num cenário assim, o atual governo, claramente o mais privatista da história de Sergipe, que igualmente representa os conservadores, mas pela indiscutível capacidade de manipular informações e fatos atrai uma parcela do eleitorado lulista, faria dois nomes que defendem políticas neoliberais chegarem ao segundo turno, anulando a esquerda do processo.
“Nós precisamos de um bloco democrático popular, liderado pelo PT, PV, PCdoB e PSOL. Aliança no primeiro turno para garantirmos a ida ao segundo turno”, afirmou o petista em entrevista.
À Realce, João Daniel enfatizou a viabilidade desse cenário, mencionando diálogos prévios com a deputada estadual Linda Brasil (PSOL) e o ex-presidente do PSOL estadual, Ramon Andrade.
Atualmente, o PSOL conta com a pré-candidatura da advogada Niully Campos, que conquistou 11,84% dos votos válidos de Aracaju nas eleições de 2022, além da presença de Linda Brasil, eleita como a primeira vereadora trans de Aracaju em 2020 e a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Sergipe em 2022, com expressivas votações.
Enquanto isso, o PT projeta lançar Candisse Carvalho como sua pré-candidata, que tem angariado amplo apoio da militância e dos movimentos populares e sociais, consolidando-se como o principal nome de esquerda com reais condições de chegar ao embate final, representando uma ameaça aos governistas. No entanto, ela tem sido alvo de ataques massivos do grupo para desintegrar sua pré-candidatura, o que ressalta a tentativa de João em unir a esquerda para enfrentar o poderio da máquina e a mobilização da direita.