Diante do surgimento de nomes do seu partido para as eleições de 2024 em Aracaju, como o de Katarina Feitoza (PSD), o governador Fábio Mitidieri (PSD) havia deixado pública sua posição, afirmando que, mesmo se o PSD lançar um candidato a prefeito, ele continuará apoiando Luiz Roberto (PDT), em acordo previamente estabelecido com Edvaldo Nogueira (PDT). Um fato, no mínimo, suspeito, já que trata-se da sua própria sigla.
Com esse clima de falta de unidade, o acordão do sistema está ameaçado, e, consequentemente, os governistas podem ficar de fora, novamente, do segundo turno, assim como ocorreu em 2022, quando Mitidieri ficou em terceiro, atrás de Valmir de Francisquinho (PL) e Rogério Carvalho (PT).
O principal objetivo do acordão seria estabelecer a delegada Danielle Garcia (Podemos) como vice na chapa de Luiz Roberto (PDT), indicado pelo atual prefeito da capital, para atrair parte do eleitorado de Emília Corrêa (PRD). Sua inclusão na composição visa replicar a estratégia bem-sucedida adotada em 2020, quando Katarina foi lançada como vice de Edvaldo, confrontando a própria delegada que, na época, concorreu à prefeitura como oposição e foi derrotada no segundo turno.
Com uma chapa forte de Danielle e Luiz, a expectativa era formar outro subgrupo forte, com André Moura (UB), Belivaldo Chagas (PSD) e uma possível vinda do PSDB. Nesse último caso, as possibilidades são remotas. Dessa forma, os governistas almejam chegar ao segundo turno, vencendo o jogo em uma espécie de W.O. Algo extremamente improvável, já que AM possui rejeição massacrante e existem os fatores Emília Corrêa (PRD) e Candisse Carvalho (PT).
A perspectiva de um cenário favorável na disputa para nomes da direita e da esquerda ameaça mais uma vez as chances remotas do grupo de chegar ao segundo turno.
Com Edvaldo tendo uma gestão que carrega aceitação de grande parcela dos aracajuanos, como já trazido em números pela Realce, e Luiz Roberto sendo visto pela população como gestor semelhante a Nogueira, a expectativa é que ele brigue por uma vaga no segundo turno, o que poderá ser um risco para Fábio, que claramente busca enfraquecer o prefeito num perigoso fogo amigo.