Com a proximidade das eleições em Aracaju, uma sombra de preocupação paira sobre os governistas, que temem uma possível nacionalização do pleito, diante das grandes forças da direita e esquerda na capital, Emília Corrêa (PRD) e Candisse Carvalho (PT), respectivamente. O receio é que as dinâmicas políticas e a polarização nacional entre o presidente Lula (PT) e seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) influenciem de maneira significativa o cenário político local, minando ainda mais as chances remotas do grupo permanecer no poder.
A possível nacionalização está bastante evidente, principalmente, pelos nomes de peso que aderem aos respectivos projetos políticos, como o senador Rogério Carvalho (PT) que, com o apoio de Lula em 2022, obteve mais de 582 mil votos; e o deputado federal Rodrigo Valadares (UB) que, como principal liderança bolsonarista no estado, foi eleito no último pleito com apoio de mais de 49 mil sergipanos, sendo a maioria deles apoiadores do ex-presidente.
Além disso, tanto Lula como Bolsonaro têm dado sinais que haverá nacionalização na disputa deste ano nos municípios. Os últimos movimentos no tabuleiro eleitoral na disputa pela Prefeitura de São Paulo no pleito deste ano é um claro exemplo. Na cidade paulista, o confronto se desenha para um embate nacional com a polarização entre Bolsonaro e Lula. Os dois mais votados para presidente da República em 2022 voltarão a se encontrar nos palanques de Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB).
No caso de Aracaju, a perspectiva de uma eleição nacionalizada preocupa os governistas devido à influência significativa de Bolsonaro e Lula como importantes cabos eleitorais, ainda mais pela força já consolidada tanto de Emília, favorita na disputa, como de Candisse, que tem sido o nome que mais vem crescendo nos últimos meses.
O impacto de suas figuras, evidenciado em 2022 com o ex-presidente apoiando Valmir de Francisquinho (PL) e o petista ao lado de Rogério, o que, sem sombra de duvidas, teria feito ambos se enfrentarem no segundo turno na disputa ao Governo de Sergipe, se o jogo tivesse sido feito dentro das quatro linhas, ressalta a força desses líderes em direcionar o cenário político local.
A jornalista deverá ser oficialmente lançada pelo PT para a disputa no dia 9 de março, após sua vitória na eleição interna da sigla no último sábado, 24. Quanto a Emília, é esperado que ela tome decisões sobre sua pré-candidatura até o final deste mês ou no início do próximo.