Seja no âmbito municipal, estadual ou nacional, a presença de uma oposição forte e atuante é essencial para promover o debate democrático e contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, em Sergipe, ela tem enfrentado obstáculos de um governo definido como autoritário, que impera no estado, atacando com todas as armas seus opositores por apenas fazerem seu trabalho.
Desta vez, após ter sido alvo de críticas pelos valores exorbitantes gastos em uma verdadeira política de pão e circo, com cachês de shows milionários e festas cada vez mais constantes, o governo de Fábio Mitidieri (PSD) tenta impregnar uma narrativa publicitária de que assim está fomentando a economia do estado. A justificativa usada é de que a gestão é a que mais tem investido no turismo, alegando que os antecessores não faziam ações voltadas para esse setor, e que, mesmo assim, tem sido alvo de críticas.
No entanto, vale ressaltar que as críticas, tanto da oposição quanto da população, não são voltadas às ações que, obviamente fomentam o turismo e, consequentemente, a economia. Mas sim aos valores exorbitantes que são gastos e que, sem sombra de dúvidas, poderiam ser destinados para áreas essenciais e que são sucateadas pela atual gestão.
O governo do Estado já anunciou que esse ano terá, novamente, os 60 dias de festa, de 1º de junho até 31 de julho, reunindo mais de 300 atrações, a fim de consolidar o título de “país do forró” para Sergipe. Em 2023, mais de R$ 20 milhões foram tirados dos cofres públicos para bancar as festas do governador apenas no período junino.
Ao aderir à política de “pão e circo”, assim como o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) em Aracaju no ano eleitoral, o governador consolida sua imagem como festeiro inconsequente, priorizando festas ao invés de áreas essenciais que ficam a mercê de sua gestão, como saúde, educação, e tantas outras.
No caso de Aracaju, onde o prefeito Edvaldo tenta emplacar Luiz Roberto (PDT) como sucessor, neste último final de semana, aconteceu a celebração dos 169 anos da cidade, incluindo dois shows que custaram mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos. O cantor Belo recebeu R$ 535 mil, enquanto Ludmilla, substituindo Iza, ganhou R$ 770 mil por pouco tempo de apresentação, fora os valores desembolsados para os demais artistas.