Dos oito deputados federais sergipanos, apenas Katarina Feitoza (PSD), João Daniel (PT) e Nitinho (PSD) votaram a favor para manter a prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Ao todo, foram 277 votos favoráveis e 129 contrários à decisão tomada ontem, 10, na Câmara.
A delegada Katarina já havia votado para a manutenção da prisão do deputado na Comissão de Constituição de Justiça. Segundo ela, é inadmissível que o parlamento sequer cogite a possibilidade de liberar um acusado tão gravemente implicado como Chiquinho Brazão. Além da parlamentar, outra sergipana que também se posicionou da mesma forma ontem, 30, foi a jornalista e pré-candidata a prefeita de Aracaju, Candisse Carvalho, que frisou: “Não vamos permitir que coloquem para debaixo do tapete um crime bárbaro contra uma mulher!”.
Já os demais parlamentares sergipanos não votaram. Ícaro de Valmir (PL) e Thiago de Joaldo (PP) se abstiveram. Enquanto que Rodrigo Valadares (UB), Yandra Moura (UB) e Gustinho Ribeiro (Republicanos) estavam ausentes.
No caso de Yandra, a justificativa para sua ausência na votação gerou suspeitas e debates entre analistas e nas redes sociais. Muitos questionaram a conveniência da doença alegada por ela, exatamente no dia da votação relacionada a um ex-correligionário do União Brasil. Essas dúvidas foram amplificadas pelas conhecidas conexões de seu pai, André Moura, com o Rio de Janeiro e seu sistema político, levantando especulações sobre os reais motivos de sua falta.
O cientista político André Carvalho, por exemplo, fez questão de comentar sobre o assunto em suas redes sociais, enfatizando esse fato: “Melhoras para a deputada Yandra Moura que ficou doente no dia em que os deputados votaram sobre a prisão de Chiquinho Brazão. Brazão, apontado como mandante do assassinato de Marielle, é do RJ, onde André Moura é secretário”.
Vale destacar que o União Brasil, partido de Yandra e André, além do PL e da oposição na Câmara, orientaram suas respectivas bancadas a votarem contra a manutenção da prisão.