Por Marcos Andrade
Nos municípios do interior de Sergipe, a parcela do eleitorado que decide o voto embasado em viés ideológico é pequena e isso não é segredo para ninguém, afinal, existe uma clara tendência de voto por identificação, “operação de agrupamentos” e troca de “favores”. No entanto, em todo o país, nas capitais, estar ligado a Lula (PT) ou Bolsonaro (PL), símbolos da esquerda e direita, respectivamente, pode ser um fator crucial que definirá o pleito. E em Aracaju, nas eleições 2024 não será diferente.
Em 2022 foi presenciado o quanto a capital direciona o voto através dos dois maiores líderes políticos do país. Fábio Mitidieri (PSD), no primeiro turno, ficou em terceiro lugar na disputa pelo Governo do Estado e foi levado a vitória após vergonhosa manipulação dos lulistas através de áudios fakes e imagens não autorizadas do atual presidente em sua campanha oficial. Tais ações confundiram o eleitor que buscava um nome alinhado a pautas esquerdistas, como valorização do trabalhador e fortalecimento de estatais.0 FM também foi beneficiado por uma onda bolsonarista que trabalhou espontaneamente contra o PT, movida principalmente pelo cancelamento a Valmir de Francisquinho (PL).
Agora, a 5 meses para as eleições 2024, a nacionalização da disputa, levando a polarização de Lula versus Bolsonaro assusta novamente os governistas. O cenário é combatido pela comunicação oficial e extraoficial do sistema, numa luta que aparenta ser em vão. No panorama que se desenha, as grandes beneficiadas são Emília Corrêa (PL) e Candisse Carvalho (PT).
De um lado, Emília terá a figura de Bolsonaro, que percorrerá os diversos municípios do país como um forte cabo eleitoral. Ele estará em Aracaju na próxima semana, nos dias 26 e 27, acelerando o cenário de polarização e nacionalização que já era previsto por analistas na cidade. Por outro, Candisse contará com Lula, que já declarou apoio a sua pré-candidatura, fortalecendo ainda mais seu nome na disputa.