Estudos científicos mostram diversos caminhos para reduzir os custos enfrentados pelos passageiros do transporte público coletivo, incluindo a possibilidade de gratuidade total. De acordo com Candisse Carvalho (PT), jornalista, pré-candidata a prefeita de Aracaju e mestranda em gestão e políticas públicas, a implementação da tarifa zero seria uma estratégia viável na capital.
“Hoje, em Aracaju, a cobrança dessas empresas é feita por passageiro, e há estudos científicos que mostram que, se você cobrar por quilometragem, há brecha de você baratear o preço do contrato. Tem estudos que mostram diversos caminhos para se seguir nessa relação de subsídio para o transporte público. Mas nós temos também uma proposta que é a tarifa zero, que funciona hoje em 87 cidades”, pontuou a jornalista à Realce.
Carvalho argumentou que, com base em estudos e projeções, uma cidade como Aracaju, com uma população de cerca de 600 mil habitantes, poderia adotar a tarifa zero. “Como uma pessoa que está estudando políticas publicas para cidades, a partir de levantamentos científicos, eu abro o debate, como política, para dizer que existe sim a possibilidade de haver tarifa zero em Aracaju”, enfatizou.
Ela também destacou exemplos de cidades no país que adotaram essa medida, como Caucaia, a segunda mais populosa do Ceará, com quase 400 mil habitantes, e a maior do Brasil a implantar a tarifa zero através do Programa Bora Graça.
Com esse programa, que conta com o investimento de aproximadamente R$ 2 milhões por mês da prefeitura, o transporte público no município se tornou totalmente gratuito, contando com 70 ônibus que operam em 21 linhas diariamente.
Na capital sergipana, a tarifa é uma das mais caras do Nordeste. O último reajuste tarifário aconteceu em maio de 2022, quando a passagem passou a custar R$4,50, valor que representou um aumento de 12,5%, na época.