A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta-feira, 27, a Operação Disclosure, para combater fraudes contábeis nas Lojas Americanas, que, segundo as investigações, somam R$ 25 bilhões. Para o deputado federal da Bahia, João Bacelar (PL), isso é uma consequência da inoperância e do descaso do sergipano Gustinho Ribeiro (Republicanos), que presidiu a CPI que investigou o rombo financeiro na empresa e produziu um relatório final que não apontou culpados.
“Vossa Excelência, infelizmente, pegou todos os nossos requerimentos, não só meu, mas como de vários outros companheiros que participaram da CPI, engavetou e não deu prosseguimento como deveria, e infelizmente a CPI acabou daquela forma trágica, saindo do nada ao nada. E hoje, com essa ação da Polícia Federal, em cima de alguns executivos das Americanas colabora e comprova o que nós dissemos lá atrás, que estava correto”, disse Bacelar.
“Pague pelo seu descaso, pague pela sua inoperância, como presidente da CPI das Americanas, de ter essa mancha política, de fazer com que a CPI fosse blindada de uma forma extremamente nociva”, completou o baiano.
No ano passado, Bacelar já havia acusado Gustinho de enriquecer de forma questionável durante sua atuação na CPI. Ele afirmou que Ribeiro agiu de maneira obscura para proteger os controladores das Lojas Americanas, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.
Bacelar também desafiou publicamente o sergipano a um confronto em praça pública para discutir as acusações. Até o momento, Gustinho não aceitou o desafio, que foi relembrado por Bacelar em um vídeo circulado nas redes sociais hoje. “Vossa excelência tem que vir a público para poder dizer o porquê isso aconteceu, vossa excelência tem que ir em Lagarto, para seu eleitor, e dizer o porquê isso aconteceu, e no Congresso Nacional, e não fugir do nosso convite de embates em praça pública”, pontuou.
Na operação desta quinta-feira, equipes da Polícia Federal estão em busca da prisão do ex-CEO Miguel Gutierrez e de Anna Christina Ramos Saicali, uma de suas diretoras, ambos considerados foragidos. Além disso, agentes da PF estão cumprindo 15 mandados de busca e apreensão contra outros ex-executivos do grupo. A 10ª Vara Federal Criminal também ordenou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens dos envolvidos.