A situação que já não estava nada boa para a campanha de Luiz Roberto (PDT) na corrida pela prefeitura de Aracaju, tende a piorar significativamente após ter vindo à tona, nesta semana, o real motivo de sua demissão na Petrobras. Um documento obtido de forma exclusiva pela Realce revela que o pedetista foi desligado da estatal por justa causa em abril de 2019, após um relatório interno indicar seu envolvimento em práticas de favorecimento que beneficiaram a empresa de seu irmão, Téo Santana.
O documento — anexado no site da revista — que resultou em sua demissão indica que, entre 2009 e 2014, Luiz teria facilitado a liberação de pagamentos à Mega, empresa de seu irmão. A análise de e-mails corporativos revelou trocas de mensagens que sugeriam a relação imprópria e a possível prática de atos ilícitos que contrariaram o código de ética da Petrobras.
Além disso, o relatório destacou a existência de tratativas para que Luiz Roberto recebesse parte da verba de um contrato de patrocínio firmado com a empresa Fama Eventos, levantando mais suspeitas sobre sua conduta. Em um e-mail datado de 8 de agosto de 2014, foi identificado um diálogo onde Téo Santana mencionava valores relacionados a pagamentos, incluindo a sugestão de que o irmão seria um dos beneficiários.
“Foi identificada a relação imprópria entre Téo Santana e seu irmão, o ex-empregado Luiz Roberto Dantas de Santana, por meio das empresas Mega e Fama. Há mensagem de correio eletrônico corporativo do ex-empregado que comprovam tal situação de conflito de interesses. Os correios constantes do mencionado anexo evidenciam as condutas contrárias ao código de ética então vigente, bem como violam princípios fundamentais da administração pública tais como conflitos de interesse — já mencionado —, a moralidade, a impessoalidade, a legalidade e o intermédio de negócios que redundam em benefício próprio de terceiros”, diz um trecho do relatório.
A repercussão do real motivo da demissão e os indícios de corrupção caem como um balde de água fria sobre a campanha de Luiz Roberto, que pode naufragar de vez na disputa pela sucessão de Edvaldo Nogueira (PDT). Vale lembrar que essa não é a primeira vez que o pedetista se vê envolvido em polêmicas junto a Téo Santana; ambos já foram acusados de favorecimento em contratos da prefeitura.
Na pandemia da Covid-19, por exemplo, Luiz foi suspeito de favorecer a empresa José Teófilo de Santana Neto Produções e Eventos, pertencente a Téo. Na época, o irmão do então presidente da Emsurb foi alvo de investigações por supostas fraudes em licitações e desvios de recursos públicos na construção e manutenção do Hospital de Campanha, montado em 2020 para atender as vítimas da pandemia. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o dano aos cofres públicos foi estimado em R$ 777,2 mil.
Confira documento completo:
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