Após o resultado do primeiro turno das eleições de 2024 em Sergipe, onde muitos dos prefeitos que buscaram a reeleição ou não conseguiram eleger seus sucessores saíram derrotados, demissões em massa têm sido registradas no estado, prejudicando diretamente famílias com necessidades especiais.
As informações, segundo o colunista Adiberto Souza, são de que alguns derrotados estão abandonando as administrações e armando verdadeiras bombas-relógio para dificultar o trabalho dos gestores eleitos no último dia 6. “Felizmente, o Ministério Público e o Tribunal de Contas de Sergipe estão de olho nesses espertalhões e prometem punir aqueles que violarem a Lei de Responsabilidade Fiscal”, frisou.
Em Canindé de São Francisco, onde Machadinho (UB) derrotou o situacionista Kaká Andrade (PSD), a Prefeitura decretou a exoneração de todos os funcionários comissionados e contratados, exceto secretários, conselheiros, mulheres grávidas ou de licença maternidade, e contratados na área da educação. A decisão não foi acompanhada de explicações, mas a população especula que as contas do município precisavam ser ajustadas.
A situação é ainda mais alarmante em Lagarto. Nesta semana, diversas mães relataram a falta repentina de profissionais no Centro Especializado em Reabilitação (CER III) do município. Um vídeo que repercutiu nas redes sociais mostra a fisioterapeuta Tainara lamentando seu desligamento: “Não deram nem tempo de eu me despedir das crianças… Tia ama cada um e nos veremos em breve por aí,” disse, emocionada.
“Sou mãe de uma das crianças que realizam acompanhamento de fisioterapia e terapia ocupacional no CER III e ainda estou refletindo e buscando entender a atitude da atual gestão da nossa cidade. Essas profissionais foram demitidas sem aviso prévio, de última hora. Nós, mães, fomos notificadas de que, no dia seguinte, nossos filhos não teriam os devidos acompanhamentos. Quanta crueldade e amargura no coração desses seres humanos! Até quando essa política suja continuará? Estou indignada, pois não tiveram o mínimo de consideração pelos profissionais que tanto se dedicaram ao longo dos anos, nem empatia pelas crianças que necessitam de cuidados especiais. Todos sabemos que isso iria acontecer, mas não de forma vingativa e desumana, deixando as crianças sem assistência. Não tenho paixão política, tenho maturidade para reconhecer e admitir o que não é certo. E todos que fazem essa gestão pagarão por tudo”, diz uma das mães em seu relato.
Na cidade, a escassez de terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicopedagogos e fonoaudiólogos, em decorrência das demissões em massa, está causando sérios impactos nas crianças com necessidades especiais, que necessitam de assistência contínua para o desenvolvimento de habilidades motoras e psicológicas.