Mal chegaram ao fim as eleições de 2024 em Aracaju, e já se iniciaram as movimentações e conversas para o pleito de 2026. Com a grande e histórica vitória de Emília Corrêa (PL) como prefeita da capital, o cenário naturalmente ganha novos contornos e o jogo é “reiniciado”, mas com uma significativa desvantagem para o grupo governista, que amargou uma dura derrota neste ano e que poderá lhe custar caro na próxima disputa, exigindo que Fábio Mitidieri (PSD) use sua capacidade estratégica para reverter a conjuntura que se desenha.
O maior derrotado nesse momento, sem dúvidas, tem nome e sobrenome: Edvaldo Nogueira (PDT). O atual prefeito, que insistiu em manter o técnico Luiz Roberto (PDT) na corrida em pleno “ano das mulheres”, agora vê seu capital político ruir completamente com a derrota de seu candidato. Com isso, as chances de ser mais uma vez escanteado pelo grupo governista, como em 2022, são ainda maiores.
Suas pretensões de ir ao Senado agora caem por água abaixo, especialmente diante de outras figuras saindo vitoriosas e novos nomes surgindo como possíveis candidatos. Para aniquilar ainda mais seu sonho, há o fator André Moura (UB), que pode se tornar o grande trunfo ou o pesadelo de seu grupo para 2026.
O ex-deputado, que comanda o partido com o segundo maior número de eleitos em Sergipe, caso rompa com o bloco, pode alterar completamente as próximas eleições, dependendo de sua escolha. Nos bastidores, especula-se que uma aliança de opositores de peso pode estar sendo construída.
No que tange à disputa pelo Governo do Estado, a campanha de Fábio Mitidieri (PSD) pela reeleição já começa cedo, e o governador terá que trabalhar dobrado para tentar assegurar uma possível vitória. A derrota no maior colégio eleitoral do estado o coloca, novamente, como refém das articulações de André, como em 2022, quando passou de terceiro colocado a eleito no segundo turno.
Além disso, o caminho de Mitidieri não será nada fácil, considerando a nova onda azul que Valmir de Francisquinho (PL) vem articulando e que, em 2026, pode atingir o grupo governista como um verdadeiro tsunami. Além do fator surpresa Ricardo Marques (Cidadania), que começa a ser o grande pedido dos internautas para ser o candidato ao Governo do vitorioso bloco agora comandado por Emília, já que possui o posto de maior destaque.
Até lá, com dois anos pela frente, ainda há muita água para rolar. Mas o recado dado com a vitória de Corrêa na capital, maior colégio eleitoral do estado, é claro, representando não apenas uma rejeição ao grupo governista, mas uma resposta ao ocorrido em 2022, quando o desejo popular foi ignorado. E, claro, esse resultado pode ter sido apenas um vislumbre do que está por vir.