A Realce inicia hoje uma série de entrevistas com os quatro candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Sergipe para as eleições de 2024, que definirão, no próximo dia 19 de novembro, os novos dirigentes para o triênio 2025-2027.
O primeiro entrevistado é Eduardo Roberti, que encabeça a chapa 1, advogado com mais de 20 anos de experiência e professor universitário, que posiciona-se como um defensor da “representatividade” e do resgate da advocacia sergipana.
Confira a entrevista completa:
Realce: Como o senhor avalia o atual cenário da advocacia sergipana e a gestão de Danniel Costa na OAB-SE?
Eduardo: A Advocacia Sergipana vive um grande conflito de representatividade. Veem-se advogados e advogadas em busca de interesses individuais e/ou de pequenos grupos; a classe como um todo não está sendo a prioridade para a OAB, pois quem não estiver inserido na administração da Ordem não tem as mesmas oportunidades, regalias e informações que aqueles que estão inseridos. Então, o nosso projeto de campanha é responder à seguinte pergunta: estamos sendo representados como classe, como coletivo, sem interesses individuais ou de pequenos grupos?
Quanto à gestão de Danniel, a advocacia do nosso Estado vive um sentimento de pertencimento bem longe do ideal, quando sequer existe, e essa é uma preocupação da nossa chapa. Os advogados e advogadas não estão se sentindo verdadeiramente representados. Hoje há uma necessidade de uma gestão mais proativa, mais participativa, mais inclusiva, não somente para a advocacia da Capital e dos Municípios onde estão sediadas as Regionais, mas para toda a advocacia sergipana.
Realce: Por que o senhor considera a sua chapa como uma terceira via na disputa pela presidência? Quais são seus diferenciais?
Eduardo: A primeira via é a que aí está; todos já conhecem o plano de gestão e como foi a administração, é um grupo que busca a reeleição. A segunda via é composta por grupos de pessoas que já participaram outrora da gestão da Ordem; então, somente haverá a troca de figuras, será mais do mesmo. Nosso grupo é a terceira via, é o novo; é formado por grupos de advogados que nunca participaram da administração da Ordem, são pessoas que têm muito a contribuir de forma inovadora para a administração da OAB, são advogados e advogadas totalmente independentes, são advogados (as) professores que precisam assumir o seu protagonismo na gestão da Ordem. Não temos nenhum apoio político, nenhum apoio empresarial, nem de grandes escritórios. Nossas ideias e ideais foram criados através da escuta atenta dos nossos (as) colegas em situações em que não se sentiram representados.
Realce:A representatividade dentro da classe é um dos maiores propósitos da sua chapa. Como o senhor pretende garantir que as vozes de todos os advogados sejam ouvidas e representadas?
Eduardo:A construção da nossa chapa foi feita por advogados e advogadas dos mais diversos campos de atuação da advocacia sergipana, por profissionais que atuam na Capital e no Interior do Estado, por colegas que possuem vasta experiência profissional e por aqueles que estão no início de carreira, por advogados e advogadas com especialidades na defesa das minorias, da advocacia pública, do assistencialismo, da mulher; são verdadeiros baluartes do mundo jurídico sergipano. Tem como base o jargão “MEXEU COM UM (A) MEXEU COM TODOS”, isso é a REPRESENTATIVIDADE como essência. Falei e não me canso de repetir: tudo foi construído a partir de uma escuta ativa e atenta dos (as) Advogados (as) do nosso Estado, a partir de situações onde não se sentiram representados.
Realce: Quais são as outras principais bandeiras que o senhor defende para a sua gestão à frente da OAB, caso seja eleito?
Eduardo:A gestão moderna, participativa, com formação continuada, com assistencialismo para os advogados e advogadas e seus dependentes, uma administração que se comunica com a sociedade, com os Tribunais, com os órgãos públicos, com a advocacia privada, com a advocacia pública, com a Defensoria Pública, são elementos muito preciosos para a nossa gestão. A principal bandeira é a representatividade e uma administração que são os nossos nortes. AGREGAR sempre e nunca SEGREGAR. Temos a nossa candidata a vice-presidente, que é militante do interior do Estado e, junto com ela, advogados (as) militantes dos Municípios de Sergipe na composição de diretoria, de conselheiros estaduais e até federais. A comunicação entre as diretorias é a chave mestra no nosso plano de gestão, que, sem sombra de dúvidas, fará toda a diferença no próximo triênio.
Realce: Alguns de seus adversários têm feito críticas contundentes sobre o modelo de eleições virtuais adotado pela atual gestão. Qual é a sua opinião sobre essa forma de votação?
Eduardo: A forma pela qual a eleição virtual foi implementada precisava e precisa de reparos para uma gestão que se diz participativa. A escuta da classe e o debate dos pares com o intuito de tornar o processo mais democrático, mais limpo e sem amarras não ocorreu; a transparência na implementação não houve, sequer as comissões da própria Ordem apresentaram parecer sobre o pleito. Então, critico a forma de implementação e sei que a virtualização é uma realidade e precisamos nos adequar ao novo formato.
Realce: Quais alternativas você considera mais adequadas para um pleito seguro e que atenda aos anseios da classe?
Eduardo: Na reunião na CAASE no mês passado, a Comissão Eleitoral nomeada pela atual administração não trouxe respostas consistentes e deixou todos os participantes em dúvidas quanto ao pleito eleitoral. Uma campanha de conscientização da nossa classe, mesmo porque o assédio eleitoral é uma realidade dentro do pleito da OAB, junto com uma ampla divulgação de como será no dia da eleição para que os advogados e advogadas se sintam seguros e esclarecidos de como ocorrerá todo o processo de votação é a medida que se impõe. E esse é o alicerce da nossa gestão, uma gestão participativa nas tomadas de decisão.