Por Fernanda Souto
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), é o único na história da cidade a tê-la comandado por quatro mandatos, e isso não é à toa. Apesar de suas peculiaridades enquanto liderança política, ele tem, sim, todos os seus méritos como gestor. No entanto, prestes a deixar a administração municipal, o pedetista já tem sido alvo de seus principais adversários no estado, que tentam desgastar sua imagem e minimizar seus feitos, especialmente de olho em 2026, quando ele pode retornar ao cenário político sergipano como candidato.
Emília Corrêa (PL), e o ex-deputado federal André Moura (UB), por exemplo, devem buscar enfraquecer Edvaldo por meio de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), que investigarão sua gestão.
No caso de André, durante uma recente confraternização com aliados, ele fez um ataque direto a Edvaldo, que pode ser um dos seus adversários na disputa ao Senado, afirmando, de forma irônica, que, ao deixar a Prefeitura de Aracaju, o pedetista “não será ninguém”.
E, na prática, ele já está tomando medidas para tentar tornar isso realidade. Seus aliados na Câmara Municipal de Aracaju, especialmente Isac (UB), devem solicitar a abertura de investigações contra Nogueira.
A primeira CPI proposta visa apurar indícios de direcionamento e sobrepreço nas licitações de notebooks e plataformas realizadas pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Educação. O foco está no Pregão Eletrônico nº PE 102/2023 e na Ata de Registro de Preços nº 10/2023, que envolvem o montante de R$ 143.010.450,00.
A segunda busca investigar supostas fraudes em licitações e possíveis atos de improbidade administrativa relacionados à dispensa e inexigibilidade de licitações, além de contratos emergenciais.
No caso de Emília, a prefeita eleita afirmou que irá contratar uma auditoria externa para investigar contratos da Prefeitura, o que, segundo vereadores adversários do atual prefeito, poderá gerar resultados que motivarão a abertura de novas CPIs na Câmara.
Sobre essas possíveis CPIs, Edvaldo, em recente confraternização com a imprensa, se mostrou tranquilo quanto aos desdobramentos, reafirmando que não houve nenhuma irregularidade em sua gestão. “Não há irregularidades na gestão, só especulações eleitoreiras. Nossos contratos são corretos, justos, aprovados pela Procuradoria e Tribunal de Contas. Nossas contas foram aprovadas pela Câmara Municipal. A prefeitura de Aracaju recebeu selo ouro de transparência do Tribunal de Contas. Não tenho receio desse tipo de insinuação. Responderei de maneira efetiva, firme e objetiva”, disse.