A corrida pelo Senado em 2026, quando serão duas cadeiras em disputa para Sergipe, já começa a tomar forma, especialmente após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal cabo eleitoral da direita no país, manifestar seu desejo de ver Rodrigo Valadares (UB) como seu representante no pleito. Desde então, o cenário se intensificou, e esse respaldo pode impactar diretamente o grupo de André Moura (UB), que corre o grande risco de repetir o fiasco de 2018.
Naquele ano, o ex-deputado se candidatou ao Senado e enfrentou uma grande rejeição na capital, o maior colégio eleitoral do estado, onde foi o sexto colocado, com apenas 30.204 votos, e que impactou seu desempenho no geral, ficando na terceira posição.
O resultado refletiu nas disputas posteriores em que, de certa forma, esteve envolvido, soando como um verdadeiro déjà vu: em 2022, sua filha, Yandra (UB), ficou em sétimo lugar em Aracaju, com apenas 13.629 votos, mesmo sendo a parlamentar mais votada no estado; e em 2024, em uma das campanhas mais caras da história de Sergipe, obteve a terceira posição, com 43.932 votos.
E, no caso de Rodrigo, que atualmente está no mesmo partido de André, ele deverá deixar a sigla ainda neste ano, principalmente após desentendimentos com o ex-deputado, possivelmente migrando para o PP, partido alinhado com o bolsonarismo, como já abordado pela Realce. No entanto, continuam as intensas articulações para que ele dispute pelo PL, comandado por Edvan Amorim, que venceu a última eleição para a prefeitura da capital com Emília Corrêa (PL) em sua legenda.
Vale destacar que, independentemente da sigla que Rodrigo escolha, ele certamente vai agitar o cenário da disputa pelo Senado, se realmente for pré-candidato. Contando com o apoio do bolsonarismo, ele se consolidou como um dos nomes em constante ascensão na direita sergipana e nacional, além de ser um dos principais defensores de Bolsonaro no Congresso.
Já André consegue atingir apenas uma pequena parcela do anti-lulismo em função de sua participação direta no impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. No entanto, enfrenta dificuldades para conquistar os bolsonaristas, que propagam slogans como “Deus, pátria e família”, devido à sua imagem fortemente associada a casos de corrupção.