Como em um jogo de xadrez, a política sergipana vem se desenrolando com inúmeras possibilidades para as eleições de 2026, mas as conjunturas atuais indicam que o governador Fábio Mitidieri (PSD) pode ter um caminho relativamente tranquilo rumo à reeleição daqui a dois anos.
O mandatário, que já deixou claro que não discutirá esse assunto no momento e seguirá focado na governança, está no meio de seu primeiro mandato, obtendo nos últimos meses uma indiscutível melhora na avaliação de sua gestão. Com esse cenário se desenhando e sem um concorrente à altura que possa ameaçar sua permanência no governo, até o momento, o caminho se apresenta tranquilo para o próximo pleito.
Valmir de Francisquinho (PL), que foi um dos principais adversários de Mitidieri em 2022, está inelegível por quatro anos após ser condenado por improbidade administrativa no caso do matadouro. Além desse e de outros supostos problemas jurídicos, o prefeito precisa urgentemente resgatar sua força no estado, algo difícil de realizar em menos de 2 anos e sem o apoio do PL Estadual e Nacional.
Além disso, ele já deixou claro que não pretende entrar no páreo no próximo ano, mas sim, buscar sua reeleição de prefeito em 2028.
Os outros ex-candidatos ao governo em 2022, Rogério Carvalho (PT) e Alessandro Vieira (MDB), provavelmente focarão em suas campanhas para a reeleição no Senado, com o emedebista também podendo se lançar para a Câmara Federal, já que o primeiro cenário tende a ser bastante concorrido com fortes nomes, como Rodrigo Valadares (UB), André Moura (UB) e Fábio Reis (PSD).
Nessa conjuntura, o governador pode ter um caminho mais tranquilo do que foi na última eleição, e, por essa razão, diversas lideranças já estão articulando em busca da vaga de vice em sua chapa, inicialmente reservada para a família Andrade, segundo informações.
André Moura (UB), como já abordado pela Realce, é uma dessas lideranças, e quer ter o poder da indicação com o objetivo de dar a volta por cima após as sucessivas derrotas na capital, especialmente a de Yandra (UB) em 2024, numa das campanhas mais caras da história de Sergipe. As informações são de que ele pretende indicar a filha para a vaga.
Entre os demais nomes já cogitados, destacam-se também o deputado estadual Jeferson Andrade (PSD), Ulices Andrade, Priscila Felizola (UB), Fábio Reis— que poderia trocar de partido, abrindo mais uma vaga de deputado federal no grupo—, o ex-senador Eduardo Amorim (PL), com quem o governador manteve diálogos após o pleito de 2024, e até mesmo o ministro Márcio Macedo, com quem o mandatário também sempre manteve uma relação de proximidade. Nesse último o caso, a estratégia poderia trazer Lula (PT) para seu palanque, uma cartada genial, levando em consideração que Sergipe é um estado lulista- na última eleição, o atual presidente obteve mais que o dobro de votos contra Jair Bolsonaro (PL).
A pergunta que fica é: quem vencerá esse jogo e conseguirá espaço na chapa? Bom, 2026 é logo ali.