Uma briga entre governistas e integrantes da oposição ao governo Lula marcou a sessão de ontem, 19, na Câmara, presidida pela deputada federal por Sergipe e terceira secretária da Mesa, Katarina Feitoza (PSD). Diante da confusão, a parlamentar precisou suspender os trabalhos para conter o tumulto; e a postura dos deputados foi amplamente repudiada por diversas lideranças, que saíram em defesa da delegada.
O conflito começou quando parlamentares iniciaram uma “guerra de placas” em relação à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas.
Nikolas Ferreira (PL-MG) subiu à tribuna para defender Bolsonaro, acompanhado de outros parlamentares que exibiam placas com as frases “anistia já” e “perseguição política”. Na sequência, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (PT-RJ), também subiu à tribuna ao lado de governistas, segurando placas que diziam “sem anistia” e “Bolsonaro preso”. No entanto, seus discursos foram constantemente interrompidos por gritos da oposição.
Diante do tumulto, deputadas da bancada feminina subiram à Mesa e pediram respeito à Katarina. Pouco depois, o deputado Hugo Motta reforçou os apelos pelo respeito à condução da sessão.
“Pedi para a Delegada Katarina, que é a terceira secretária da Mesa, vir a esta presidência presidir os trabalhos para evitar que nem um deputado do PT, nem um deputado do PL presidisse, diante do ambiente que estamos vivendo. Mas enquanto a Delegada esteve aqui, ela estava com toda a autoridade da presidência da casa para conduzir os trabalhos. Ninguém vai desrespeitar uma parlamentar ou qualquer parlamentar que esteja no exercício da presidência”, afirmou.
O governador e presidente do PSD em Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), também se manifestou contra a postura dos deputados. “Katarina é vice-presidente do PSD Sergipe e uma das principais representatividades femininas no Congresso e na política. O respeito deve ser a base das discussões”, declarou.