O deputado federal Rodrigo Valadares (UB) criticou publicamente, na última semana, a deputada estadual Linda Brasil (PSOL) por comparecer à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) utilizando adereços carnavalescos. A manifestação do parlamentar gerou grande repercussão nas redes sociais e levou ao resgate de uma imagem antiga em que ele próprio aparece com um acessório temático: um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
No caso de Linda, Rodrigo associou a atitude da deputada a uma tentativa de “lacração”. A resposta dos internautas foi imediata, com a circulação de uma fotografia do bolsonarista durante as eleições de 2018, quando ele concorreu e foi eleito deputado estadual. Na imagem, o então candidato aparece utilizando um boné do MST.
Para o jornalista Anderson Christina, esse episódio é mais um exemplo de como a internet “pode acabar ‘lacrando’ com o ‘lacrador’”. “Mesmo que entre 18 e 22, quando se elegeu deputado federal, Rodrigo também tenha todo o direito de mudar de opinião e abandonar seu antigo esquerdismo por uma postura direitista, também não seria legal se ele, ao invés de tratar como tentativa de ‘lacração’ o fato de Linda colocar na cabeça uma referência carnavalesca, aceitasse normalmente que ela se referia apenas e tão somente a representação de Sergipe no Carnaval carioca que ela faria e que está tudo bem com isso?”, questionou o comunicador.
Já o radialista Marcos Aurélio o questionou sobre o que considera um tratamento desigual diante de situações semelhantes, citando também o caso do deputado Nikolas Ferreira (PL): “Linda Brasil não pode ir com uma fantasia carnavalesca para a Tribuna da Alese, mas o deputado ‘Nicole’ (como ele próprio se autodenominou) pode usar uma peruca na tribuna da Câmara Federal para atacar mulheres trans? Essa é a pergunta que faço ao deputado Rodrigo Valadares.”
Rodrigo, em suas críticas à deputada, classificou a atitude dela como uma “pataquada” e generalizou a militância LGBT como uma “palhaçada”. Em resposta, Linda repudiou as declarações, afirmando que seus opositores tentam distorcer suas falas e propagar discursos de ódio, mas reforçou que não recuará diante dos ataques.