O projeto nacional do PL para o Senado em 2026 já encontra obstáculos em Sergipe. Apesar da orientação de Jair Bolsonaro (PL) para evitar a divisão do voto conservador, o diretório estadual do partido testemunha uma disputa interna cada vez mais acirrada, com três pré-candidaturas se desenhando e ameaçando os planos do ex-presidente.
De um lado está Rodrigo Valadares, atualmente no União Brasil, que já conta com o apoio de Bolsonaro — o ex-presidente já externou, em diversas ocasiões, o desejo de vê-lo na Casa Alta. Do outro, Eduardo Amorim (PL), que deve contar com o apoio de Emília Corrêa (PL), Edvan Amorim (PL) e da estrutura da Prefeitura de Aracaju, segundo informações de bastidores. E, por fim, Adailton Sousa (PL), liderado pelo prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), que intensifica, com essa nova movimentação, seu desgaste com os bolsonaristas.
Como já abordado pela Realce, esse cenário tende a prejudicar diretamente o PL na corrida pelas cadeiras do Senado e pode beneficiar a pré-candidatura de André Moura (UB), considerando que a fragmentação do eleitorado conservador entre Eduardo, Rodrigo e Adailton pode levar parte desses votos a migrar para um nome mais ao centro — o que reduz a possibilidade de um dos três concentrar votos suficientes para se eleger.
Com isso, AM pode se tornar a opção de “segundo voto” para parte dos eleitores indecisos ou estratégicos. Esse fenômeno, inclusive, já foi observado em 2018, quando Alessandro Vieira (MDB) foi eleito, impulsionado justamente pelo segundo voto dos sergipanos.
Vale novamente destacar também que essa indefinição teria sido um dos motivos por trás da mudança de roteiro da visita de Bolsonaro ao Nordeste, após ele ter cogitado realizar um ato na capital sergipana.