Numa postura típica de ex-gestores, Edvaldo Nogueira (PDT) tem se mostrado ainda mais ativo nas redes sociais, fiscalizando as ações da atual gestão e utilizando as fragilidades da prefeita Emília Corrêa (PL) para reforçar sua imagem em Aracaju.
Um exemplo é a situação do lixo. A crise na coleta se espalhou pela cidade, com sacos acumulados, chorume nas ruas, riscos à saúde pública e sucessivos contratos emergenciais, primeiro com a Renova, agora com a Remac. E o ex-prefeito não tem economizado nos alertas.
Em suas redes, ele declarou: “Venho acompanhando, desde o início, os problemas com a coleta de lixo em Aracaju. Já são quase quatro meses que a população sofre com irregularidades no serviço e com a cidade suja. Torço para que, enfim, com a contratação desta nova empresa, que iniciou as atividades hoje, esse serviço essencial seja normalizado para que Aracaju volte a ser a capital limpa e organizada que já foi, e referência em qualidade de vida.”
Segundo Edvaldo, sob sua gestão, Aracaju já foi referência em qualidade de vida e chegou a ser considerada a capital mais limpa do Nordeste. Mas, sob a administração de Emília, um levantamento recente do Instituto Imazon, com base no Índice de Progresso Social (IPS), coloca atualmente a cidade como a terceira capital do Nordeste com melhor qualidade de vida, atrás de João Pessoa e Teresina.
Edvaldo também chamou atenção para a queda na geração de empregos na cidade, que, segundo dados do Caged, foi a terceira capital nordestina que menos criou postos de trabalho em abril. “Me preocupo com o cenário atual e torço para que Aracaju encerre 2025 com um saldo positivo na geração de emprego para o nosso povo. Em 2024, durante a minha gestão como prefeito de Aracaju, foram gerados 4.082 novos empregos no mesmo período, cerca de 33% a mais quando comparado a este ano. Ao todo, Aracaju criou 9.667 novos postos de trabalho no ano passado”, pontuou.
Edvaldo é pré-candidato ao Senado em 2026 e deixou a Prefeitura de Aracaju após as eleições de 2024, encerrando seu quarto mandato como gestor da capital. Nos bastidores, há até quem diga que o pedetista pode retornar à disputa pela prefeitura em 2028.
No entanto, para o próximo ano, os planos de Edvaldo podem ir por água abaixo se não conseguir o apoio do governador para o Senado. Caso receba esse respaldo, ótimo, segue no jogo com chances reais. Mas, se o contrário ocorrer, ele pode amargar uma exclusão precoce da chapa majoritária antes mesmo que o esperado. E não seria surpresa, considerando o histórico político do pedetista, que só saiu vitorioso ou teve desempenho expressivo quando contou com o apoio de fortes lideranças.