Emília Corrêa (PL) precisa, mais do que nunca, chamar o feito à ordem. Sua falta de liderança, em meio à crise administrativa e política que alastra sua gestão, tem gerado consequências, e, se não agir com urgência para melhorar ou ao menos amenizar sua relação com o Legislativo, pode acabar perdendo ainda mais apoio na Câmara Municipal, restando apenas dois vereadores em sua base: Moana Valadares e Lúcio Flávio, ambos do PL.
Isso já aconteceu, por exemplo, com Fábio Meireles (PDT), que deixou a base da prefeita no início do mês após ser duramente criticado pela gestão por suas cobranças na tribuna, mesmo atuando como parlamentar da situação e cumprindo o papel que lhe cabe. Na ocasião, o episódio gerou grande polêmica, com embates com o então porta-voz da prefeitura, Carlos Ferreira.
Agora, o alerta volta a se acender com o novo capítulo da relação estremecida entre Emília e a Câmara. O próprio presidente da Casa, Ricardo Vasconcelos (PSD), afirmou nesta quarta-feira, 25, que, enquanto estiver no comando, irá agir contra os ataques que os vereadores vêm sofrendo por parte de aliados da prefeita.
Segundo Ricardo, uma milícia digital estaria atacando o trabalho dos parlamentares em grupos de WhatsApp e redes sociais, com o conhecimento da própria prefeita, que, segundo ele, permanece inerte. O recado foi duro: “Não tem condições. Já falei uma, segunda, terceira, quarta… até que azede de vez. Porque estão achando que grupo de WhatsApp, Instagram e rádio são terra sem lei, e saem atacando todo mundo, falando o que bem entendem. Isso é falta de respeito, e a prefeita tem conhecimento de tudo e não toma nenhuma providência”, disparou o presidente da Câmara.
Não é a primeira vez que Ricardo Vasconcelos faz esse tipo de alerta. Em outra ocasião, já havia avisado que, se a prefeita não tratar a Câmara com o devido respeito, o tratamento da Casa para com a Prefeitura também poderá mudar.
Vale lembrar que o governador Fábio Mitidieri (PSD), que, junto com André Moura (UB), lidera a maioria esmagadora da Câmara com 16 vereadores, sustentando até então uma base sólida para a gestão, também já havia alertado Emília sobre sua forma contraditória de fazer política.
A princípio, a gestora contava com o apoio de quase 20 dos 26 vereadores e, agora, com apenas seis meses à frente da Prefeitura, corre o risco de terminar isolada politicamente, com apenas dois nomes na base e uma relação cada vez mais frágil com o Legislativo.