O deputado federal por Sergipe, Rodrigo Valadares (UB), tem se consolidado como uma das principais lideranças políticas no Brasil em defesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mesmo após a adoção de medidas altamente polêmicas por parte do republicano contra o comércio brasileiro.
O estadunidense anunciou a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, uma das mais duras medidas tarifárias contra o Brasil nas últimas décadas. A decisão foi divulgada horas depois de a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovar uma “moção de louvor e regozijo” ao próprio Trump, em homenagem aos seus primeiros 100 dias de governo.
Rodrigo está entre os parlamentares que aprovaram a moção, proposta por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). O documento, com 23 votos favoráveis, exalta cortes de impostos, defesa de “valores da família” e faz elogios explícitos ao perdão presidencial concedido aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado no Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro de 2021.
Mas essa relação de Valadares com Trump não é recente. Quando o republicano venceu as eleições norte-americanas de 2024, o deputado sergipano foi um dos primeiros a celebrar a vitória nas redes sociais. Dias depois, viajou para os Estados Unidos com despesas custeadas pela Câmara dos Deputados, num total de R$ 18.249,45, segundo dados oficiais. O destino foi Orlando, na Flórida, onde se hospedou no luxuoso Ette Hotel & Spa, entre os dias 31 de outubro e 7 de novembro de 2024. Apesar de não ter registrado nenhuma agenda oficial, ele justificou a viagem como parte de uma “missão internacional”.
Inclusive, a passagem dele e demais parlamentares pelo exterior gerou polêmica. O caso foi denunciado pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que acionou a Polícia Federal solicitando investigação contra o grupo, com base na suspeita de que os parlamentares estariam envolvidos em atos de cooperação com interesses estrangeiros e de articulação contra ministros do Supremo Tribunal Federal.
Apesar das críticas e da repercussão negativa, Rodrigo tem mantido a fidelidade ao presidente estadunidense. Em declarações e publicações nas redes sociais, segue endossando o discurso bolsonarista e exaltando Trump, mesmo quando essas posições contrariam interesses econômicos ou institucionais do Brasil.