O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou ontem, 17, um vídeo em que responde à carta enviada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que manifestou apoio a ele diante do que classificou como um “sistema injusto” responsável pelo julgamento do brasileiro.
Na ocasião, Bolsonaro aproveitou para reforçar sua posição sobre o processo que enfrenta no Brasil, relacionado à tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, classificando as acusações como infundadas.
“Estou sendo julgado por um golpe de Estado, dado em um domingo, sem tropa, sem armas, com a minha presença nos Estados Unidos. Algo completamente incrível, um crime inexistente”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente também alegou haver uma tentativa de afastá-lo da cena política e sugeriu que as eleições no país estariam comprometidas sem sua participação.
“Querem, na verdade, me alijar do processo político, alijar a maior liderança da direita da América do Sul. E entendo que eleições sem oposição, sim, é um golpe”, declarou.
Na carta, Trump criticou o tratamento dado pelo governo e pelo Judiciário brasileiro a Jair Bolsonaro. “Esse julgamento deveria acabar imediatamente! Não me surpreende vê-lo liderando nas pesquisas; você foi um líder altamente respeitado e forte, que serviu bem ao seu país”, escreveu o republicano.
Trump também afirmou estar “muito preocupado com os ataques à liberdade de expressão, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, vindos do atual governo”. Ele ainda destacou que expressou sua insatisfação “publicamente e por meio da nossa política tarifária”, em referência às tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas por seu governo e que devem entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
O presidente Lula (PT), por sua vez, fez ontem seu primeiro pronunciamento em rede nacional de rádio e TV sobre a situação. Ele chamou a carta enviada por Trump, que anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, de “chantagem inaceitável”. O petista também defendeu o judiciário brasileiro e afirmou que tentar interferir na justiça brasileira é “um grave atentado à soberania nacional”.