A Realce continua hoje sua série de análises dos pré-candidatos à Câmara Federal com o deputado Ícaro de Valmir (PL), que buscará a reeleição no próximo ano em um cenário completamente diferente de 2022, quando foi o segundo mais votado no Estado, com 75.912 votos.
Em sua primeira disputa, com apenas 21 anos na época, ele surpreendeu ao se tornar o deputado federal mais jovem do Brasil. Ícaro entrou na corrida aos 45 do segundo tempo, substituindo o irmão, Thalysson Costa, que enfrentava insegurança jurídica.
E, apesar da pouca idade, ele construiu um mandato que, diga-se de passagem, tem sido de destaque na bancada sergipana, destinando milhões em recursos federais para municípios do Estado, com foco especial em saúde, infraestrutura e habitação. Uma das marcas de sua atuação foi o apoio à construção de casas populares em Itabaiana e o protagonismo na defesa da duplicação da BR-235, uma das principais vias do estado, enquanto líder da Frente Parlamentar.
Na Câmara, integrou comissões como Saúde, Esporte, Turismo e Viação e Transportes, tendo presença constante nas discussões e votações.
No entanto, o cenário para 2026 é bem menos confortável. Ícaro deve disputar a reeleição com um contexto político totalmente distinto do que lhe favoreceu em 2022. Seu pai, Valmir de Francisquinho, já não possui o mesmo prestígio de outrora, mergulhado em um isolamento político agravado por conflitos com aliados e decisões que geraram desgaste junto à direita independente, como a recusa de abrir mão da candidatura ao governo e a relação conturbada com a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa.
Em meio aos jogos de vaidade dentro do PL e da insatisfação do bloco liderado por Valmir em Itabaiana com as decisões monocráticas de Emília e dos irmãos Amorim, Ícaro e os demais nomes do agrupamento podem deixar o partido. Conforme o próprio deputado já confirmou, uma das possibilidades é migrar para o Republicanos, e uma reunião prevista para outubro deve definir os rumos do grupo.
A disputa promete ser mais acirrada e exigirá não apenas o peso do sobrenome, mas articulação e desempenho para repetir, ou ao menos se aproximar, da votação expressiva conquistada em sua estreia.