Um nome que já foi considerado fenômeno eleitoral no estado, hoje se encontra cada vez mais distante do centro das articulações e afundado num isolamento político que é consequência de seus próprios atos: Valmir de Francisquinho (PL). Inelegível em função de condenação por improbidade administrativa no caso do Matadouro em Itabaiana, e isolado dentro do próprio grupo, o prefeito se tornou, na prática, uma carta fora do baralho da oposição.
Até 2022, ele era tratado como um dos principais nomes do bloco, estando no auge de seu protagonismo. Entretanto, decisões precipitadas e movimentos interpretados como vaidosos custaram caro à sua trajetória política. O principal episódio foi a resistência em indicar Emília Corrêa (PL) como substituta quando estava inelegível para disputar o governo estadual. E a opção pelo apoio ao candidato do PT no segundo turno agravou sua rejeição entre setores bolsonaristas.
Desde então, Valmir passou a ser visto com desconfiança não só por setores independentes da direita, mas também por seus próprios aliados. A consequência foi um processo de esvaziamento político, com perda de espaço nas decisões estratégicas do PL e a ascensão do protagonismo de novas lideranças, além dos tradicionais irmãos Amorim e Emília.
Os últimos movimentos da sigla confirmam essa condição de coadjuvante. Emília anunciou sozinha os nomes apoiados pelo grupo para a disputa ao Senado, Eduardo Amorim (PL) e Rodrigo Valadares (UB), sem qualquer consulta ou indicação por parte de Valmir, gerando grande insatisfação no bloco do itabaianense.
Além disso, a entrada do deputado federal Thiago de Joaldo no bloco de oposição com apoio declarado de Emília e Eduardo Amorim abriu espaço para um novo nome, ocupando um espaço que Valmir ainda tentava manter para si.
Como frisado noutra matéria da Realce, outro ponto que pesa contra ele é a mágoa ainda presente em parte da base da oposição por sua postura em 2022, somada a conflitos internos com aliados. O resultado desse conjunto de fatores é um esvaziamento sem precedentes: Valmir, que já foi líder incontestável de seu grupo, hoje atua liderado, tentando se manter relevante por meio de movimentações confusas. Mas, mesmo nessas iniciativas, onde, em determinados momentos, são vistas como tentativa de chamar atenção da população, suas ações têm sido sistematicamente ignoradas. E, como diz Baltasar Gracián, “querer aparecer à força é apagar-se.”
