Após a repercussão de uma denúncia do vereador e presidente do Partido Liberal (PL) em Aracaju, Lúcio Flávio, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) abriu apuração interna para investigar o conteúdo da prova de redação do vestibular de Ensino a Distância (EAD) que, segundo o parlamentar, em um dos temas propostos teria associado a direita política e o bolsonarismo ao nazismo.
Em suas redes sociais, Lúcio classificou o caso como “crime gravíssimo” e prometeu adotar providências legais. “Tomaremos todas as medidas judiciais cabíveis. Isso é um absurdo que precisa ser combatido”, declarou.
A prova, à qual a Realce teve acesso, apresenta dois textos motivadores: o primeiro, intitulado “A ameaça atual: neonazismo no século XXI”, aborda o crescimento de grupos neonazistas no Brasil e no mundo; o segundo, “A eleição de Jair Bolsonaro”, traz trechos sobre a chegada do ex-presidente ao poder e sua aproximação com pautas de direita, mencionando inclusive slogans ligados ao nazismo por parte de apoiadores. A proposta de redação pedia aos candidatos que discutissem “O avanço do neonazismo no Brasil: desafios para a democracia no século XXI”.
Em nota, a UFS informou que tomou conhecimento da denúncia e que está apurando a situação. “A Universidade Federal de Sergipe tomou ciência do ocorrido no Vestibular EAD e informa que está apurando a situação. A UFS reafirma seu compromisso com a liberdade de pensamento e de expressão, bem como com o respeito à diversidade e pluralidade em todas as suas formas, princípios que orientam a missão institucional e as práticas acadêmicas desta Universidade”, diz o comunicado.
O reitor, professor André Maurício, afirmou que uma reunião com todos os envolvidos na elaboração e aplicação do vestibular foi marcada para avaliar o caso e definir as medidas cabíveis.