Esta semana foi marcada por diversos episódios que deram o que falar envolvendo governantes e seus vices no estado. Enquanto o governador Fábio Mitidieri (PSD) reforçou publicamente a confiança e o espaço dado ao vice Zezinho Sobral (PSB), a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), fez mais um discurso carregado de tensão e indiretas em relação ao seu vice, Ricardo Marques (Cidadania), alimentando especulações de um possível rompimento.
No caso do governador, ele fez questão de valorizar o papel de Zezinho na administração estadual. “Zezinho é um vice de destaque, faço questão de dar protagonismo a ele e por justiça, já que faz um grande trabalho na educação, ele não é um vice decorativo”, declarou à Fan FM.
A fala reconhece a lealdade e o compromisso do vice com as entregas do governo, especialmente no setor educacional.
Já em Aracaju, a relação entre prefeita e vice caminha em terreno instável. Na solenidade de inauguração das obras da Jaqueira, no Japãozinho, nesta semana, Emília fez questão de saudar Ricardo em um tom que chamou atenção pela firmeza. “A gente tem que ser firme e eu tenho certeza que você caminha nessa linha”, afirmou.
O momento, que poderia passar despercebido, ganhou peso diante das especulações sobre um possível rompimento entre os dois. Para analistas, a fala da prefeita soou mais como um recado público do que como um gesto de proximidade.
Não é de hoje que a relação entre os dois está estremecida, sobretudo depois de a prefeita praticamente “fritar” o vice: esvaziou suas funções na gestão, não lhe dá espaço para discursar, o exclui de reuniões, entre outros episódios que evidenciam o desgaste.
Vale lembrar que, também nesta semana, Marques marcou presença na reinauguração de uma escola na Zona Norte da capital, ao lado de Zezinho. Na ocasião, o vice da cidade não poupou elogios ao governador Mitidieri, destacando as entregas realizadas pela gestão estadual na educação. O gesto foi interpretado como um ato de republicanismo, marca que sempre esteve em sua trajetória política, mas, nos bastidores, alimentou ainda mais as especulações sobre um possível distanciamento cada vez maior em relação à prefeita e aproximação com o grupo governista.
A diferença de postura é gritante. Enquanto Fábio fortalece seus aliados, Emília opta por isolá-los, presa no labirinto do próprio jogo de vaidades. E isso pode ter impactos decisivos não apenas na condução das gestões, mas também nas articulações eleitorais que se desenham para os próximos anos.