As eleições de 2026 ainda parecem distantes no calendário, mas, na prática, já começaram, e a Realce pode provar. Restando pouco mais de um ano para o pleito, os bastidores da política sergipana estão a todo vapor, com movimentos intensos pela vice-governadoria de Fábio Mitidieri (PSD), Senado, Câmara, Alese e, claro, pelos Executivos.
Para o governo do estado, a oposição segue sem apresentar um nome competitivo capaz de ameaçar a reeleição do governador. Segundo integrantes do bloco oposicionista, a definição de um pré-candidato só deve ocorrer em 2026, em contraste com o pleito de 2022, quando Valmir de Francisquinho já despontava com força muito antes da disputa, como a Realce cobriu com informações exclusivas na época.
Mas o que também se observa é que a oposição trabalha desesperadamente para emplacar algum nome competitivo não necessariamente com chances reais de vitória, mas para tentar manter o capital eleitoral que possui e evitar que outro grupo surja e o tome. Esse movimento é mais sobre sobrevivência política do que sobre expectativa concreta de vencer. Afinal, baseados nas pesquisas internas de consumo e na leitura clara do cenário atual, é extremamente pouco provável que a oposição consiga derrotar Fábio em 2026.
No grupo governista, por outro lado, Mitidieri se mantém como favorito e peça central, atraindo aliados, o que intensifica a disputa por espaços em sua chapa. Lideranças já se movimentam para ocupar a segunda vaga ao Senado, uma vez que o governador definiu André Moura (UB) como um dos nomes, e também para a vice-governadoria. Nos bastidores, Jeferson Andrade e Priscila Filizola surgem como os nomes mais cotados, apesar de outras lideranças ainda buscarem espaço, a exemplo do senador Laércio Oliveira (PP), que defende que a federação UB-PP defina quem assumirá a posição.
No Senado, a disputa por duas vagas promete ser uma das mais duras da política sergipana. São nove pré-candidatos já colocados: André Moura (UB), Rogério Carvalho (PT), Rodrigo Valadares (UB), Luizão Dona Trampi (UB), Alessandro Vieira (MDB), Eduardo Amorim (PL), Edvaldo Nogueira (PDT), Adailton Sousa (PL) e Iran Barbosa (PSOL).
Cada um aposta em suas cartas na manga: Moura conta com o apoio do governador, da base de prefeitos e de sua robusta estrutura eleitoral; Rogério tem a força de seu mandato, de Lula e da esquerda unificada; Rodrigo enfrenta desgaste após a crise no PL, e de favorito passou a ser o “azarão”; Luizão se projeta como o bolsonarista “raiz”; Alessandro tenta se manter competitivo, mas perdeu espaço com a entrada de Iran, que fortalece o campo progressista; já Eduardo Amorim depende da aliança com Emília Corrêa e das articulações de Edivan. Além disso, Edvaldo Nogueira tenta conservar capital eleitoral em Aracaju, Adailton busca se viabilizar via Itabaiana e Barbosa chega como prioridade do PSOL.
Na disputa pela Câmara Federal, que será uma das mais acirradas da história recente da política sergipana, lideranças correm contra o tempo em busca de partidos e chapas robustas. Entre os nomes com caminho mais promissor, destacam-se Fábio Reis (PSD), Yandra Moura (UB) e Cláudio Mitidieri (PSB), que, como já apontou a Realce, figuram entre os três potenciais mais votados. Em contrapartida, parlamentares como Gustinho Ribeiro enfrentam dificuldades. No caso do deputado, ele tem articulado intensamente dentro dos Republicanos para formar uma chapa competitiva, chegando a dialogar até com Edivan Amorim e seu grupo, que devem deixar o PL em razão das disputas internas pelo comando da sigla.
O cenário também é movimentado na Alese. Partidos e lideranças estaduais trabalham para ampliar suas bancadas, antecipando composições e alianças que podem redefinir o equilíbrio de forças na Assembleia Legislativa.
No cenário nacional, a disputa presidencial também tem movimentado os bastidores. Inelegível, Jair Bolsonaro enfrenta julgamento relacionado aos eventos de 8 de janeiro, com risco de condenação que pode chegar a 46 anos de prisão. A direita, no entanto, usa o processo como narrativa de perseguição política e tenta lançar novos nomes para manter força contra a esquerda em 2026. Enquanto isso, Lula busca corrigir fragilidades de seu governo e preservar espaço para viabilizar sua reeleição.