O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para assumir a relatoria do projeto que trata da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Com essa decisão, como já antecipado pela Realce, o sergipano Rodrigo Valadares (UB), que vinha se articulando nos bastidores, acabou preterido e escanteado da função.
A escolha de Paulinho, que mantém proximidade com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), é vista como uma tentativa de diminuir o desgaste institucional em torno da proposta. O deputado destacou que seu objetivo é evitar um confronto direto com a Corte. “Tenho uma relação histórica com o STF e quero contribuir para que haja pacificação. Não queremos ter um conflito, aí não resolve”, ponderou.
Já quanto a Rodrigo, internamente, a avaliação era de que ele não reunia a imparcialidade necessária para conduzir a matéria e que sua atuação gerava desconfiança em setores do Legislativo e do Judiciário.
Paulinho afirmou que pretende buscar um consenso entre as diferentes bancadas, mas não garantiu que o relatório vá atender a todos os setores. “Eu não sei se o meu texto vai agradar a todos, ou se vai salvar o Bolsonaro, digamos assim. É o que vamos tentar construir, conversando com todos, construir algo pela maioria”, disse.
A urgência do projeto foi aprovada na Câmara ontem, 17, com 311 votos favoráveis, 163 contrários e sete abstenções. Entre os parlamentares sergipanos, apenas João Daniel (PT) votou contra a urgência. A partir da próxima semana, Paulinho da Força deve iniciar diálogos com governadores e líderes partidários para acelerar a tramitação da proposta, que pode ir à votação já nos próximos dias.