A instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sempre desperta grande interesse popular, por carregarem a promessa de fiscalização e transparência. No entanto, em muitos casos, acabam transformadas em verdadeiros palanques políticos, instrumentos seletivos usados mais para desgastar adversários do que para esclarecer a população. Em Aracaju, o exemplo mais recente vem da CPI das Multas, aberta na Câmara Municipal para investigar a destinação de mais de R$ 135 milhões arrecadados com multas de trânsito entre 2017 e 2024, durante a gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira.
A iniciativa partiu do vereador Isac Silveira (UB), líder da prefeita Emília Corrêa (PL) na Casa. Porém, o discurso de moralidade encontrou um obstáculo na própria tribuna: o vereador Fábio Meireles (PDT) expôs documentos do Portal da Transparência mostrando que a atual gestão da SMTT, sob comando do superintendente Nelson Felipe, também utiliza os recursos de multas para custear despesas semelhantes às da época de Edvaldo, como diárias, locação de veículos, energia, vigilância, alimentação e até serviços de postagens e passagens aéreas em nome de um dirigente que sequer é servidor público. A revelação levantou a suspeita de que a CPI ignora as mesmas práticas na administração de Emília Corrêa (PL), sinal evidente de uso político.
O caso lembra outras situações recentes no Brasil em que comissões foram acusadas de extrapolar sua função de fiscalização e se transformar em palanque político, como as CPIs da Covid-19, da Petrobras e dos Correios.
Senadores contra
Os três senadores de Sergipe se posicionaram contra a PEC da Blindagem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Alessandro Vieira (MDB), relator da matéria, recomendou a rejeição e classificou o texto como um “golpe fatal” contra a legitimidade do Parlamento. Rogério Carvalho (PT) disse que a proposta representava “a cara do sistemão dos privilégios”, enquanto Laércio Oliveira (PP) a chamou de “vergonhosa”, reforçando seu apoio ao arquivamento definitivo da iniciativa.
Contra a dosimetria
O deputado federal Rodrigo Valadares (UB) voltou a criticar a condução do PL da Anistia após perder a relatoria da proposta e ver o texto ser rebatizado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como “PL da Dosimetria”. À imprensa, o sergipano tem insistido que a Câmara deve tratar apenas da anistia plena, chamando a discussão sobre redução de penas de “baboseira” e reforçando que seguirá trabalhando, ao lado da oposição, para resgatar o perdão amplo aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
Encontro com Bolsonaro
E por falar em Rodrigo, o deputado esteve reunido por quase duas horas com Jair Bolsonaro nesta semana, em Brasília. No encontro, destacou o “clima de esperança” transmitido pelo ex-presidente.
Rogério com Carlos Cauê
O senador Rogério Carvalho (PT) decidiu reforçar sua estratégia de comunicação de olho em 2026. Para isso, trouxe para perto o mago do marketing Carlos Cauê, conhecido por sua habilidade em posicionar clientes no campo desejado e explorar as fragilidades dos adversários. A adesão de Cauê gerou debates sobre Edvaldo na corrida pelo Senado e uma possível aproximação com Fábio Mitidieri. Além disso, analistas veem a adesão como uma busca por fortalecer a imagem diante de um cenário que deverá ser desgastante em 2026, além de preparar artilharia pesada contra os adversários. Sobre isso, a Realce trará análises aprofundadas durante a semana.
Governador comemora
O governador Fábio Mitidieri (PSD) celebrou a posição de destaque de Sergipe, que hoje ocupa o 1º lugar do Nordeste e o 2º do Brasil em qualidade de rodovias, segundo o CLP. Com o Pró-Rodovias, já são mais de R$ 3 bilhões em investimentos, incluindo R$ 467 milhões em obras em andamento, R$ 498 milhões em licitadas, R$ 741 milhões com edital publicado e mais de R$ 1 bilhão em projetos prontos.
Aracaju ou São Cristóvão?
Uma comitiva sergipana viajou a Brasília nesta semana para tratar sobre a disputa territorial envolvendo a Zona de Expansão entre Aracaju e São Cristóvão. Ricardo Marques, Hunaldo Mota,Garibalde Mendonça, Georgeo Passos, Paulo Júnior e Manuel Marcos, além do vereador Lúcio Flávio, se reuniram com parlamentares para tratar do Projeto de Lei Complementar 6/2024, que estabelece regras para o desmembramento simplificado de municípios em casos de conflito de limites.
Aracaju ou São Cristóvão II
Durante a agenda em Brasília, a comitiva se reuniu com o autor do PLP 6/2024, deputado Rafael Simões (MG), e com o relator da proposta, Hildo Rocha (MA), que se comprometeu a acelerar o parecer na CCJ em até três semanas. O grupo também esteve com o presidente da Câmara, Hugo Mota, que demonstrou sensibilidade ao tema, além de dialogar com os deputados federais Thiago de Joaldo, Gustinho Ribeiro, Ícaro de Valmir, Yandra Moura e o senador Alessandro Vieira, pedindo apoio para fortalecer a mobilização em torno da pauta.
Katarina também se mobilizou
A deputada federal Katarina Feitoza (PSD) também se mobilizou. Ela protocolou o Projeto de Lei Complementar nº 197/2025, que cria critérios objetivos para definir limites territoriais entre municípios. A parlamentar destacou que a indefinição territorial compromete a prestação de serviços, gera disputas judiciais e impacta o sentimento de pertencimento da população.