Em seu primeiro mandato como prefeita e em apenas dez meses de gestão, Emília Corrêa (PL) tem enfrentado uma sequência de crises e polêmicas que vêm desgastando sua imagem, sobretudo quando comparada à figura combativa que marcou sua atuação como vereadora, por duas legislaturas. E quem tem feito questão de lembrar essas incoerências é o vereador Elber Batalha (PSB), atual líder da oposição na Câmara Municipal.
O parlamentar tem resgatado falas, promessas e posicionamentos da época em que Emília fazia parte de uma oposição ativa a Edvaldo Nogueira (PDT) na Casa; e também tem se colocado como o principal fiscalizador da prefeita, como fez na licitação dos ônibus elétricos, na polêmica da coleta de lixo e nas recentes discussões sobre o aumento de cargos comissionados.
E nos bastidores, essa postura não passa despercebida. Já há quem diga que Elber vem reproduzindo o mesmo roteiro que levou Emília ao poder, como já analisado pela Realce, o que pode ter reflexos diretos nas eleições de 2028, visto que seu nome desponta de forma natural como uma possível alternativa à prefeita, impulsionado pela sua atuação como principal voz da oposição na capital.
Até mesmo os colegas parlamentares já têm admitido essa possibilidade. Em uma sessão na Câmara realizada em agosto, o presidente Ricardo Vasconcelos (PSD) tentou desconversar o assunto ao dizer que “ninguém aqui quer ser prefeito”, mas o comentário arrancou risos. Fábio Meireles (PDT) ironizou, e o próprio Ricardo rebateu: “de Elber?”.
O episódio apenas reforçou o que já se comenta nos corredores da política aracajuana: Elber, que assim como Emília, é defensor público, vem ocupando o mesmo espaço que um dia foi dela. Se o desfecho será o mesmo, ainda é cedo para prever.


