A megaoperação realizada pela Polícia do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão nesta terça-feira, 28, deixou ao menos 64 mortos, segundo as forças de segurança do estado. Entre as vítimas estão 60 criminosos, dois policiais civis e dois policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Segundo o governo fluminense, essa é a maior e mais letal operação da história do Rio.
Batizada de Operação Contenção, a ação integra uma estratégia do governo estadual para conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e prender lideranças criminosas que atuam dentro e fora do Rio de Janeiro. Ao todo, foram expedidos 100 mandados de prisão, 30 deles contra suspeitos de outros estados, especialmente do Pará, onde integrantes da facção estariam escondidos.
Até o momento, 81 pessoas foram presas, incluindo um suspeito apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, um dos chefes do Comando Vermelho. As forças de segurança apreenderam dez fuzis, uma pistola, três celulares e nove motocicletas. Durante as ações, três moradores foram baleados, mas estão fora de perigo.
Além das mortes, o saldo da operação inclui dois policiais feridos, o delegado Bernardo Leal, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), e um agente do Bope, ambos atingidos na perna e fora de risco. As cenas no Alemão, descritas por moradores e registradas por câmeras, mostram uma verdadeira “zona de guerra” em meio à tentativa do governo fluminense de retomar o controle territorial de comunidades dominadas por facções criminosas.


