A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), exonerou, por ato publicado no Diário Oficial do Município, quatro pessoas diretamente ligadas ao vice-prefeito Ricardo Marques (Cidadania): Luiz Daniel Silva dos Santos, Fredson Navarro Silva de Deus e Osvaldo Souza Santos. E essa decisão foi vista nos bastidores como mais um capítulo da crise silenciosa, mas cada vez mais visível, entre os dois.
Procurado pela imprensa, Ricardo evitou confrontos e preferiu uma fala protocolar, afirmando que “é prerrogativa da prefeita exonerar e nomear da forma como melhor entender”. Ainda assim, aliados do vice interpretam as demissões como uma clara sinalização do rompimento com a gestora.
Nos bastidores, a avaliação é que o racha entre Emília e Ricardo não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”. O vice, que deixou a Secom justamente para atuar como “vice atuante”, conforme acordado ainda na campanha, vem demonstrando incômodo com a falta de espaço na administração. A saída da pasta, seguida das exonerações, evidenciou que o acordo político entre ambos se desgastou e os episódios polêmicos apenas reforçaram a leitura de que o rompimento é inevitável.
Mesmo tentando manter a imagem de equilíbrio, Ricardo tem dado sinais de insatisfação desde que percebeu o esvaziamento de sua influência dentro da gestão. E embora afirme “seguir fiel ao agrupamento de oposição”, fontes próximas apontam que ele vem sendo isolado progressivamente por Emília e pelo grupo que a cerca.
E tudo isso acaba aproximando naturalmente Ricardo da base do governador Fábio Mitidieri (PSD). O próprio chefe do Executivo já afirmou manter “boa relação com Ricardo”, e que não o vê como um opositor, o que torna o movimento ainda mais plausível.


