Os movimentos que antecedem 2026 revelam um cenário cada vez mais desafiador para a oposição. Enquanto o governo amplia alianças e consolida entregas que, consequentemente, fortalecem o projeto de reeleição de Fábio Mitidieri (PSD), os opositores se perdem em disputas internas e atos de vaidade, como o próprio Georgeo Passos (Cidadania) admitiu. Ou seja, o maior adversário do bloco, hoje, não está no Palácio, mas dentro dele próprio.
Para a disputa pelo Governo do Estado, por exemplo, ainda não há definição, nem nome de consenso, tampouco uma opção com força suficiente para bater de frente com Fábio nas urnas. E isso não é mero achismo, pois contra números não há argumentos. Todas as principais pesquisas recentes apontam o governador como o grande favorito, liderando as intenções de voto contra todos os possíveis adversários, sejam eles Thiago de Joaldo, Eduardo Amorim, Valmir de Francisquinho ou Emília Corrêa.
E engana-se quem pensa que esse cenário de indefinição se restringe ao Palácio dos Despachos. Para o Senado, o bloco oposicionista também se divide e deixa claro que entrará em 2026 longe de qualquer unidade, diante da fragmentação de pré-candidaturas, especialmente no campo conservador.
Essas divergências, aliás, já vinham se desenhando desde o início deste ano, quando a Realce trouxe com exclusividade a informação de um duelo de gigantes entre Eduardo Amorim e Rodrigo Valadares pela vaga do PL ao Senado. Essa queda de braço, como já se sabe, terminou favorável ao deputado bolsonarista, mas o custo político pode ser alto, diante das queixas de lideranças que classificam sua postura como centralizadora e individualista.
E esse custo alto também vale para Edivan e para Valmir. Eles, que já comandaram o PL, um dos partidos mais estruturados e financeiramente fortes do país, viram seu império na sigla ruir pouco a pouco. E após perderem o controle da legenda, passaram a vagar em busca de um novo abrigo, mas, em cada tentativa frustrada, deixaram ainda mais evidente o esvaziamento de seu poder de articulação.
A primeira investida foi no MDB, mas o senador Alessandro Vieira, presidente estadual do partido, rechaçou a entrada do bloco, fez questão de dizer que o pato “não é um político de grupo” e que, além disso, enfrenta “problemas judiciais que o impedem”. Eles também tentaram o Republicanos, mas sem sucesso. E o que restou foi o Podemos, que é visto como um partido sem expressão nacional justamente por seu tamanho, baixa capacidade de articulação política e pouco tempo de TV.
Diante desse cenário, a falta de unidade entre os principais nomes, somada ao desgaste de lideranças e à ausência de um projeto coletivo, reforça a ideia de que o maior desafio da oposição não será vencer o governador, mas sim ela mesma antes de tudo.


