A corrida pelo Senado em Sergipe ganhou novos contornos nas últimas semanas, mas o cenário, até aqui, ainda é incerto, faltando menos de um ano para as eleições. O que se observa é uma disputa instável, com nomes que despontaram e depois perderam força, outros que surgem com vigor e alguns que permanecem firmes, sustentando o favoritismo conquistado ao longo dos últimos meses.
Entre os que despencaram, estão Adailton Sousa (PL), que, após ter exposto seu desejo de disputar uma vaga com o apoio de Valmir de Francisquinho, recuou e pode optar por concorrer a uma cadeira na Alese municiado pela sua boa gestão; e Eduardo Amorim, que viu seu nome enfraquecer após o imbróglio no PL e a traição de Rodrigo Valadares, que conseguiu a presidência da legenda, tomando-a dos irmãos Amorim. A disputa interna pelo partido enfraqueceu o grupo e reduziu drasticamente o espaço político do ex-senador, que até o início do ano figurava entre os principais nomes da oposição para a disputa.
No campo governista, quem teve crescimento foi o senador Alessandro Vieira (MDB), no entanto, de forma discreta. Ele também conta com boa relação com o governador Fábio Mitidieri (PSD), sendo hoje apontado como um dos nomes mais cotados para ser seu segundo nome para a Casa Alta. Porém, o emedebista, apesar do crescimento, ainda enfrenta rejeição tanto da esquerda quanto da direita, devido aos seus posicionamentos do passado, quando apoiou Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e foi eleito com o apoio dos conservadores, mas logo depois desfez a aliança, sendo taxado como traidor por boa parcela do seu eleitor de 2018. Ao mesmo tempo, Vieira também detém rejeição do lulismo, o que torna sua eleição difícil diante de uma provável polarização.
Já o ex-deputado André Moura (UB), que vinha montando uma grande estrutura na capital para reforçar sua pré-candidatura, além da grande base que possui no interior do estado, estagnou, especialmente após ser citado na CPMI do INSS, episódio que, sem dúvidas, abalou sua construção de narrativa. Apesar do cenário ser mais difícil que sua última derrota para o Senado, é certo que não se pode subestimar o ex-deputado.
Luizão Dona Trampi (UB), que, a principio, era visto como a principal opção para os bolsonaristas raiz, agora pode recuar para apoiar Rodrigo, em troca do respaldo do parlamentar à sua reeleição na Alese.
Iran Barbosa (PSOL) e Edvaldo Nogueira (PDT), apesar das movimentações, têm sido discretos. André David (Republicanos), por sua vez, mesmo sendo pré-candidato a deputado federal, viu seu nome ganhar força de forma veloz para o Senado e, se de fato optar por esta corrida, pode mudar o rumo do jogo.
Enquanto isso, Rogério Carvalho (PT) segue mantendo um natural favoritismo, sustentado por sua força com a militância, os feitos de seu mandato que ganhou os holofotes do país nos últimos 7 anos, o apoio do presidente Lula e seu prestígio com o governo federal, do qual é líder no Senado. Além disso, em torno dele também há a perspectiva de uma aliança entre PT e PSD em Sergipe, que vem sendo costurada nos bastidores nacionais, como já abordado com exclusividade pela Realce.
Diante desse cenário, a disputa pelo Senado se consolida como uma das mais imprevisíveis da próxima eleição, onde cada movimento pode mudar completamente o jogo para 2026. A Realce trará uma nova pesquisa com números surpreendentes nos próximos dias.
