Evitar a fragmentação de pré-candidaturas era uma das principais estratégias dos conservadores, em nível nacional, para a disputa ao Senado. A lógica era reduzir a divisão de votos para aumentar as chances de vitória em uma eleição que será prioridade absoluta em 2026. No entanto, em Sergipe, o movimento seguiu na direção oposta, e essa pulverização já começa a gerar dor de cabeça entre os próprios pré-candidatos, que veem o resultado disso nas pesquisas, com baixos percentuais.
Rodrigo Valadares (UB) é, no estado, o único nome que recebeu o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a corrida ao Senado. Esse respaldo chegou a colocá-lo, por um bom período, como um dos favoritos. Mas o cenário mudou completamente. O golpe dado por ele nos irmãos Amorim pelo comando do PL em Sergipe custou caro, com a perda de apoios internos, desgaste com lideranças de peso e queda visível em seus percentuais nas pesquisas.
O próprio já confirmou que o PL terá apenas uma candidatura ao Senado: a dele. A Realce antecipou essa conjuntura ainda em fevereiro, ao revelar, com exclusividade, o duelo interno pela vaga na Casa Alta. À época, tanto ele quanto Eduardo Amorim tentaram desmentir a informação, chegando a posar sorridentes em foto. Porém, o ex-senador já admitiu publicamente a veracidade do furo da revista. E agora, com todo esse desgaste, Rodrigo ainda corre o risco de dividir votos com outros nomes, o que pode prejudicá-lo ainda mais.
Até mesmo Adailton Sousa, que avalia recuar para disputar uma cadeira na Alese, anunciou sua saída do PL justamente por não ter espaço na disputa ao Senado. Ele acompanhou Valmir de Francisquinho no Podemos, o que isola ainda mais Rodrigo no Partido Liberal.
Além deles, surgem outros nomes no espectro conservador. Luizão Dona Trampi (UB), como já noticiado pela Realce, pode recuar e focar na reeleição para deputado estadual, num acordo em que trocaria apoio com Rodrigo.
Nos bastidores, comenta-se ainda que Alessandro Vieira (MDB), eleito em 2018 com apoio dos bolsonaristas, tenta uma reaproximação com o grupo, assim como André Moura (UB). Entretanto, ambos encontram resistência. O emedebista é visto como “traidor” por setores da direita, enquanto AM enfrenta rejeição por seu histórico de condenações.

