Após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de semana, o deputado federal e ex-relator do PL da anistia, Rodrigo Valadares (UB), afirmou que o momento exige “pressão máxima” para que o projeto seja finalmente pautado, atribuindo ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), a responsabilidade direta pelo bloqueio da matéria.
O sergipano defendeu que a mobilização da direita concentre seus esforços principalmente em duas figuras: o presidente da Câmara, Hugo Mota (Republicanos-PB), e Alcolumbre. Para o deputado, ambos têm descumprido acordos internos. “Fomos traídos pelo senhor Hugo Mota. Fomos traídos pelo Davi Alcolumbre. A cada votação, a cada negociação, eles descumprem na maior cara de pau”, afirmou.
Valadares também criticou o que chamou de “cautela excessiva” pedida por parte da base conservadora no Congresso. Segundo ele, o tempo de esperar terminou após a prisão preventiva de Bolsonaro. “Há quanto tempo estamos confiando nesses mesmos e sendo traídos? O presidente Bolsonaro foi preso. Não há mais margem para negociação”, disparou.
Diante do impasse, Rodrigo afirmou que irá defender a construção de uma grande mobilização nacional articulada pela direita, com foco principal no Senado. Para ele, Alcolumbre não pode “ter vida fácil” enquanto não levar o projeto ao plenário. “A mobilização agora deve ser focada no presidente Hugo Mota, mas, sobretudo, no presidente do Congresso, Davi Alcolumbre. Ele é quem vem segurando essa anistia e isso precisa ter resposta”, argumentou.
O deputado concluiu afirmando que defenderá “manifestações e coordenação geral” para garantir que a anistia avance, tanto para os “injustiçados” quanto para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O PL da Anistia tramita no Congresso desde 2023 e busca beneficiar investigados e condenados por atos relacionados aos protestos de 8 de janeiro. A proposta divide parlamentares, enfrenta resistência pública e institucional, e ainda não teve data definida para votação no Senado.


