2025 se aproxima do fim e, com ele, as movimentações para as eleições de 2026 entraram definitivamente na fase mais intensa deste ano. A proximidade do novo pleito acelerou a dança dos partidos em Sergipe e provocou avanços tanto nas articulações do grupo governista, que até então vinha optando pela cautela, quanto na tentativa de reestruturação da oposição, que vem se digladiando em meio a jogos de vaidade e disputas internas.
Do lado do governo, o governador Fábio Mitidieri já promoveu uma ampla troca no primeiro escalão para liberar nomes que irão disputar as eleições no próximo ano. Deixaram oficialmente a gestão Jorginho Araújo (PSD), Zezinho Sobral (PSB), Cláudio Mitidieri (PSB), Danielle Garcia (MDB), Marcos Franco e Venâncio Fonseca. O novo desenho combina quadros técnicos já inseridos na gestão com figuras diretamente ligadas ao núcleo político do pessedista, numa estratégia para manter governabilidade, organização administrativa e musculatura política para o ciclo eleitoral que se aproxima.
Ele anunciou também os demais nomes que irão compor sua chapa majoritária. Para a vice-governadoria, como já era esperado e foi antecipado pela Realce, Jeferson Andrade foi o escolhido. Para o Senado, ele já declarou apoio a André Moura (UB) e Alessandro Vieira (MDB), construindo uma chapa com diferentes perfis políticos.
Na oposição, o cenário é marcado por disputas de liderança e tentativas de reorganização às pressas, após meses de intenso fogo amigo e jogos de vaidade. A tomada de controle do Podemos e do Republicanos virou o principal eixo desse movimento.
O Podemos passou a ser comandado por Edivan Amorim, tendo Adailton Souza como vice-presidente, enquanto o Republicanos ficou sob o comando da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, conforme antecipou com exclusividade a Realce. A mudança consolidou a virada definitiva da legenda para o bloco oposicionista e representou uma das principais mexidas no mapa partidário oposicionista. Além de Emília, o novo arranjo envolve as possíveis filiações de Thiago de Joaldo e Ícaro de Valmir, além da permanência de André David, que deve integrar a chapa de deputado federal, nome que é visto como o maior acerto na gestão da prefeita.
Entretanto, esse processo também escancarou o ambiente de vaidades e falta de unidade na oposição. Nos bastidores, o prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, teria demonstrado incômodo por ficar subordinado às decisões da prefeita, que tem afirmado publicamente ser a líder do grupo oposicionista.
A tentativa de Edivan Amorim de assumir o protagonismo da articulação que levou ao Republicanos também gerou ruídos: embora aliados tenham ventilado que ele estaria negociando diretamente com a direção nacional da sigla, a cronologia dos fatos já havia sido antecipada pela Realce, mostrando que a aproximação inicial com o partido ocorreu a partir de Valmir, ainda em 2024, por meio de seu filho Ícaro, em articulação conjunta com Thiago de Joaldo, desmontando a versão de que Edivan seria o idealizador do movimento.
Assim, as decisões tomadas ao longo do fim de 2025 já começam a moldar o cenário de 2026 em Sergipe. De um lado, um governo que reorganiza sua estrutura, mas priorizando a gestão, e do outro, uma oposição que tenta se rearticular às pressas em meio a disputas internas, trocas de comando e busca por protagonismo.


