Com a corrida pelo Senado em Sergipe ganhando forma, os principais nomes colocados na disputa vêm estruturando alianças políticas consideradas de alto peso eleitoral, capazes de fazer toda a diferença em 2026. Alguns deles, diga-se de passagem, largam com certa vantagem, diante da força de seus padrinhos políticos no Estado e também no cenário nacional, montando bases que podem definir ou redefinir completamente o rumo do pleito.
Alessandro Vieira (MDB) buscará a reeleição no próximo ano e tem apostado nos feitos de seu mandato para garantir mais oito anos na Casa Alta. O senador sai em vantagem por contar com o apoio declarado do governador Fábio Mitidieri (PSD), favorito à reeleição no Palácio dos Despachos. O respaldo foi oficialmente sacramentado no último fim de semana, como já era esperado nos bastidores, e deu um gás a mais na pré-campanha do emedebista.
Já o senador Rogério Carvalho (PT) desponta como o grande favorito até o momento, impulsionado por seu mandato atuante, pela sólida rede de apoios municipais que vem sendo consolidada ao longo de sua trajetória política, somada à força histórica do PT em Sergipe e do respaldo do presidente Lula e da militância. Entre os prefeitos que já declararam apoio ao petista estão Cristiano Viana (Simão Dias), Dr. Fábio (Arauá), Airton Martins (Barra dos Coqueiros), Sérgio Reis (Lagarto), Talysson (Areia Branca), André Graça (Estância), Juliana Cardoso (Umbaúba), Vado Gavião (Poço Redondo) e Machadinho (Canindé de São Francisco), além de dezenas de outras lideranças que vêm aderindo ao projeto. As informações são de que ele conta com o respaldo de cerca de 60 gestores.
O deputado federal Rodrigo Valadares (UB), que migrará para o PL na janela partidária, aposta diretamente no apoio público recebido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, apesar de estar em prisão preventiva, segue sendo o maior cabo eleitoral da direita no país. O parlamentar também conta com o respaldo de outros membros do clã Bolsonaro, a exemplo de Eduardo Bolsonaro, este já tendo recebido declaração aberta de apoio por parte do sergipano à sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026. Naturalmente, além do bônus, ele também terá o ônus do bolsonarismo, que enfrenta um momento extremamente delicado no país.
O vereador Iran Barbosa (PSOL) é considerado prioridade da legenda para a disputa ao Senado e, por isso, contará com o apoio concentrado do partido e de sua militância. Adailton Sousa, agora no Podemos, tenta se consolidar como um dos nomes da oposição para a disputa, mas conta apenas com o apoio de Valmir de Francisquinho (Republicanos), até o momento.
O ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) recebeu recentemente o respaldo da Direção Nacional do PDT para manutenção de sua pré-candidatura, que agora figura como uma das prioridades do partido no Nordeste. Mas o pedetista, apesar da força na capital, ainda enfrenta dificuldades para se consolidar no interior, o que pode o prejudicar e muito na corrida.
Eduardo Amorim deve entrar na disputa contando com o apoio da máquina pública de Aracaju, sob a gestão da prefeita Emília Corrêa, além do respaldo direto de seu irmão, Edivan Amorim. Conforme já apontado pela Realce em análises anteriores, essa engrenagem pode se tornar um diferencial para impulsionar sua pré-candidatura, porém, também deve respingar nele os desgastes da atual gestão, que não são poucos.
Já André Moura tentará evitar uma nova frustração nas urnas, após ter batido na trave em 2018. Além do apoio do governador, ele conta hoje com a adesão de prefeitos e com uma estrutura que vem sendo montada especialmente na capital, que costuma ser seu Calcanhar de Aquiles.
Com tantos padrinhos de peso em campo, em uma disputa de alta complexidade e poucos espaços para erros, quem chegar a 2026 com maior capilaridade e alianças terá larga vantagem na corrida.


