A Câmara Municipal de Aracaju deve retomar nesta terça-feira, 16, a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, que, dentre os debates, traz o pedido do Executivo para autorizar um remanejamento de até 40% do orçamento municipal.
O percentual chama atenção não apenas pelo volume, mas pelo contraste do que foi aprovado nos últimos anos. Durante a gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), por exemplo, o índice autorizado chegou a ser de apenas 5%, e passou para 18% em seu último ano como gestor. Vale lembrar que Emília Corrêa (Republicanos), enquanto vereadora, sempre sugeria que fosse dado ao pedetista dentro dessa margem, e justificava dizendo que era um percentual suficiente para governar.
Em seu primeiro ano de gestão, no entanto, a prefeita Emília Corrêa e o vice-prefeito Ricardo Marques já haviam recorrido à Câmara ainda em 2024, antes mesmo do início oficial do mandato, para solicitar um remanejamento de 30%, sob o argumento de necessidade de governabilidade e pedindo um voto de confiança aos parlamentares, muitos deles seus colegas até pouco tempo atrás. O pedido foi acatado. Meses depois, no entanto, a nova proposta é ainda mais ambiciosa, elevando o percentual para 40%, o que reacende críticas e resistências nos bastidores do Legislativo.
A LOA de 2026 foi aprovada em primeira votação na última quinta-feira, 11, e retorna ao plenário agora para a análise de 62 emendas, após parecer da Comissão de Finanças. O orçamento prevê investimentos expressivos, com destaque para a área de infraestrutura, que concentra mais de R$ 1 bilhão, destinados a obras de mobilidade urbana e urbanização, como a duplicação da Ponte Godofredo Diniz, a construção de um pontilhão sob a Avenida Beira-Mar e intervenções habitacionais no bairro Nova Olaria.
A saúde aparece logo em seguida, com previsão superior a R$ 972 milhões, incluindo mais de R$ 320 milhões para a atenção primária e investimentos que ultrapassam R$ 400 milhões na média e alta complexidade.


