Mais de 300 pessoas estão na fila para realizar transplante de córnea em Sergipe. De acordo com a Central de Transplantes de Sergipe, o tempo de espera passou de dois meses para dois anos e meio, por causa da pandemia de Covid-19.
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que substitui um órgão ou tecido doente como coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim, etc, por outro saudável.
Em 2019, o estado realizou 205 transplantes. Em 2020, primeiro ano da pandemia, 63 destas cirurgias. No ano seguinte foram 95 transplantes. E este ano, até o momento, foram 56.
Atualmente, o único realizado no estado é o de córneas. A expectativa é que em junho o Hospital Universitário (HU) comece a fazer transplantes de rins. A fila para receber este órgão pode ser ainda maior que a de córneas, já que mais de 1,3 mil pessoas fazem tratamento de hemodiálise no estado.
“É preciso que o transplante renal aqui no estado retorne o quanto antes. A gente entende que essa pandemia trouxe alguns problemas, porque atrasou a tutoria que [o HU] estava recebendo, mas está programado para a segunda semana de junho dois transplantes lá no hospital”, disse o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Oliveira.
Doação
A doação é uma decisão da família da pessoa que faleceu, como foi o caso de Maysa Neres dos Santos, de 7 anos.
A menina morreu nesta sexta-feira (13) após passar 27 dias internada em estado grave no Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho, com politraumatismo causado pela queda de um coqueiro em Lagarto. O corpo dela foi sepultado neste sábado (14).
“O olhar de alguém vai vir através de Maysa”, disse o pai da menina, Ginelvan dos Santos.
Maysa Neres dos Santos — Foto: Arquivo Pessoal