A representatividade feminina de Sergipe na Câmara Federal apresenta um histórico de ausência que até hoje se configura numa espécie de tabu político. São quase 100 anos que Sergipe não elege uma deputada federal do gênero. Essa é uma realidade que será posta à prova novamente em 2022, num momento em que as mulheres lutam com maior intensidade por mais representatividade na política. E Suely Ouro (PSD), mãe, esposa, empreendedora e agora pré-candidata a deputada federal, levantou essa pauta e vem ganhando força em todos os gêneros, principalmente entre as mulheres.
Suely candidatou-se pela primeira vez em 2016 para vereadora de Aracaju. Em 2018 foi para a disputa em busca de uma vaga no parlamento federal, obtendo quase 5 mil votos mesmo com pouca estrutura de campanha. Desta vez, com novo olhar, põe novamente o seu nome à disposição do eleitorado sergipano enquanto pretensa candidata a deputada federal para tentar quebrar a hegemonia masculina da representação política de Sergipe em Brasília.
Formada em administração de empresas, a empresária vem despontando perante o eleitorado, sobretudo entre as mulheres, pela sensibilidade de seu estilo, inspirada na sua trajetória de trabalho na educação infantil e na assistência às mães. Aliado a esses fatores, e por ser uma personalidade já conhecida pelos eleitores, ela adota uma visão diferenciada da política representativa. “A política precisa de boa representatividade”, disse em entrevista a uma rádio.
O fato de Sergipe nunca ter concedido a oportunidade de uma mulher assumir uma cadeira na Câmara Federal, é um detalhe que motiva Suely Ouro a enfrentar o desafio que se aproxima, mas, segundo ela, a maior pretensão não é se tornar a primeira mulher eleita deputada federal pelo estado, é estar ao lado de outras mulheres e contribuir para que o seu gênero seja mais estimulado a participar dos atos decisórios em busca de um crescimento do protagonismo político feminino na política nacional.