O ex-governador Jackson Barreto (MDB) havia pedido oito dias para apresentar a sua decisão ao pré-candidato governista Fábio Mitidieri (PSD), se aceitaria ou não ser candidato ao Senado Federal, mesmo com o agrupamento apoiando dois nomes. Mas antes disso, nesta terça-feira, 26, JB falou à imprensa em entrevista coletiva no Hotel Classic, onde acabou de anunciar o seu apoio a Rogério Carvalho (PT) ao Governo de Sergipe.
O político emedebista diz ter uma “paixão imortal” por Lula, chegando a dizer que “Lula é quem vai salvar o país, a democracia e o povo da fome”. Tendo oficializado apoio ao PT em Sergipe, JB concretiza um rompimento com o agrupamento governista. Além de marchar com o senador Rogério, Jackson apoiará Valadares Filho (PSB) para o Senado. Também não disputará cargo eletivo e coordena a campanha de Lula em Sergipe. Ficou acordado que Barreto indicará o vice de Carvalho para a disputa de governo.
Para compor a chapa com o petista, foi cogitado pelo MDB o nome do empresário Emanuel Oliveira. Depois foi apontado o nome do ex-prefeito de Aracaju, João Augusto Gama, que não teria condições por estar à frente de um cargo de conselheiro. Então, ficou decidido o nome de seu filho, o empresário Sérgio Gama, 44 anos, suplente de Jackson quando este disputou o Senado em 2018. No dia 5 de agosto, em convenção do MDB presidida por Jackson, Sérgio será confirmado como vice de Rogério para a chapa majoritária.
A saída de Jackson do projeto de Mitidieri ao governo é considerada uma debandada política que minará o potencial de votos dos governistas. O cenário para o pré-candidato do PSD piora consideravelmente, visto que o movimento de JB significa não apenas uma perda política e partidária, mas também de articulação para tentar recuperar o quadro já difícil da pré-campanha de Fábio há pouco mais de dois meses da eleição. Mitidieri busca associar sua imagem a de Lula, o que se torna cada vez mais difícil.
Analistas da política sergipana veem um túnel sem luz para o governista que se distancia dos lulistas, dos bolsonaristas e principalmente do grande eleitorado de Valmir de Francisquinho (PL), que vê em Mitidieri o responsável pelas dificuldades jurídicas enfrentadas pelo ex-prefeito de Itabaiana que deixam em dúvida sua participação nas eleições de 2022.